sábado, julho 19

JÁ QUE AS ENTREVISTAS PARARAM...

... FICAMOS COM UMA ABORDAGEM NA CONQUISTA DE UM ELEITOR, VERIFIQUEM SE HÁ ALGUMA SEMELHANÇA COM ALGUM CANDIDATO GUARAPIROCABANO.

A ABORDAGEM


CANDIDATO PILANTRA: - Boa tarde, minha senhora. Eu gostaria de comprar seu voto já para as eleições para Prefeito.
- Com alguns dias de antecedência?!
- Pra não ficar aquela correria de última hora. Seria feito mediante a um contrato, tudo dentro da lei.

ELEITORA: - Contrato...

CANDIDATO PILANTRA: - Contrato de compra e venda. A senhora faz uma escritura do seu voto e passa pro meu nome. Seu voto passa a ser meu, oficialmente.

ELEITORA: - Aí o senhor guarda meu voto.

CANDIDATO PILANTRA: - Aí não sei. Eu poderia vender, alugar, sublocar, enfim...

ELEITORA: - Alugar?! Vender?!

CANDIDATO PILANTRA: - Sim, Pra algum candidato. Se eu, por acaso não concorresse. Claro que eu teria que vender por um bom preço... Pela mão de obra, entende?
- ...?
- Mão de obra por ter conseguido o voto. Ter vindo aqui, ter perdido tempo com a senhora, ter tomado esse cafezinho pavoroso que a senhora preparou.

ELEITORA: - Pavoroso...

CANDIDATO PILANTRA: - Pavoroso no bom sentido. Pavoroso no sentido de delicioso, entende?

ELEITORA: - Olha aqui, esse negócio de o senhor vender meu voto, cobrando caro... vai acabar virando tráfico. Daqui a pouco isso aqui tá uma boca de fumo, quer dizer, uma boca de votos.

CANDIDATO PILANTRA: - Se a senhora não quer, a gente coloca uma cláusula de incomunicabilidade no contrato. Não posso passar pra outra pessoa. A não ser que...

ELEITORA: - Quê?

CANDIDATO PILANTRA: - ... que eu seja cassado(a). Aí eu deixo seu voto de herança pra um parente meu que está entrando na política.

ELEITORA: - Negativo. Não conheço seu parente. E eu ainda não vendi nada para você.

CANDIDATO PILANTRA: - Mas eu prometo um monte de coisas. Prometo fechar os buracos dos bairros do Tucunduva, do Pinheirinho, do Saivá, asfaltar a rua do Beco da Viúva, trazer empresas para gerações de empregos. Eu prometo.

ELEITORA: - E eu posso acreditar que você vai cumprir?

CANDIDATO PILANTRA: - Aí não. De fato, não vou cumprir.
- Mas...
- Não vou cumprir. Exatamente isso que a senhora ouviu.

ELEITORA: - Peraí... você acabou de me prometer... você mesmo diz que não vai cumprir?!

CANDIDATO PILANTRA: - Aí é que está a diferença entre a minha pessoa e os outros candidatos. Eles prometem e simplesmente não cumprem. Eu prometo, mas aviso antes que não cumpro.

ELEITORA: - Sei...

CANDIDATO PILANTRA: - Comigo o eleitor fica seguro. Ele tem tempo de se preparar psicologicamente para saber que não vai ter chongas do que foi prometido.

ELEITORA: - E você acha que isso é certo...

CANDIDATO PILANTRA: - Uma questão de princípios. Sou uma pessoa transparente.

ELEITORA: - Tô vendo que você não dá a mínima pras pessoas. Pra cidade.

CANDIDATO PILANTRA: - Depende da cidade. A nossa, eu tenho horror. Não acredito nela.

ELEITORA: - Se não acredita... por que está na política?

CANDIDATO PILANTRA: - Porque é a única cidade que eu conheço que me aceita na prefeitura, esta cidade é a única que aceita políticos que não acreditam nela.

ELEITORA: - Ah...

CANDIDATO PILANTRA: - E então? Vende seu voto?

ELEITORA: - Evidente que não. O senhor não vai fazer nada pela pátria, não vai cumprir o que prometeu...

CANDIDATO PILANTRA: - Eu até cumpriria, mas é que...

ELEITORA: - O quê?

CANDIDATO PILANTRA- A senhora não é da minha família, entende? E eu só ajudo meus familiares. Sou a favor do nepotismo. Questão de princípios.

ELEITORA:- Que absurdo. Não vai ter meu voto de jeito nenhum.

CANDIDATO PILANTRA: - E se a senhora... entrar pra minha família?

ELEITORA: - Não entendi.

CANDIDATO PILANTRA: - A senhora casa com um tio que eu tenho, que é meio viúvo. A senhora vira minha tia. Aí eu ajudo.

ELEITORA: - Bom... sendo assim... não fica nem bem eu recusar uma proposta dessa.

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