sexta-feira, agosto 8

CRÔNICAS DA CIDADE nº 52

Por Nerval Pires da Silva

Não sei não, mas ninguém me tira da cabeça esse tal de acordo branco, que mais parece um acordo negro isto sim – visto pelas peculiaridades que o envolve, demonstrado desde a posse da criatura Kléber de Oliveira Fonseca até os nossos dias atuais. Não entenderam patavina, né? Calma, eu explico: num determinado período da campanha eleitoral de 2004, Kléber ressentindo-se da ausência da classe mais esclarecida da cidade – àquela classe formadora de opinião, que poderia lhe acrescentar mais credibilidade ao seu nome, pôs-se, então, a flertá-la através de recadinhos eivados de juras de amor e de promessas de participação à amiúde em seu governo. Sabia, todavia, dos anseios dessa classe que clamava por um prefeito que ao entrar na Prefeitura promovesse logo de imediato uma devassa geral nas contas da administração Mônica.

Passou então, a partir daquele período a incluir com ênfase em seu discurso, o engodo de assim que tomasse posse, em seu primeiro ato, promoveria pois uma auditoria completa nas contas da prefeita e, se necessário fosse, coloca-la atrás das grades, pois era lá o seu lugar – discursava ele num jogo de cena impressionante que a todos parecia comover. Esse discurso de última hora visava tão somente cooptar de vez o grupo intelectualizado que era de certa forma também avesso ao seu próprio nome.

Essa estratégia dera resultado, pois conseguira sensibilizar alguns expoentes do grupo que por sua vez encarregaram-se de arrastar os demais.

Assim que fora divulgado o resultado das urnas, Kléber esqueceu completamente os compromissos assumidos com seus eleitores e/ou com aquele grupo de sanear a prefeitura. Recompõe-se ao seu estado insano e se junta com sua camarilha incrustada no escritório da travessa Marinho Pinto, e leva-os para dentro do seu governo e nunca mais pronunciou a palavra auditoria.

Pelo lado da Mônica, faz-se mister observar que ela só entrou na campanha do Canduca na última hora, e mesmo assim, esforço nenhum fora despendido em favor deste, a não ser desfilar em carreata acenando aos eleitores como querendo marcar na mente de cada um dos incautos o seu retorno em 2008.

Munira tem munição de sobra para atazanar a vida do Kléber, até para mandá-lo às barras da justiça se quisesse, mas não o faz. No entanto conseguiu impô-lo a permanência de sua espinha dorsal na sua administração diante da sua própria complacência. Essa ação parcimoniosa entre ambos reflete-se nas eleições de agora, pois ambos não se digladiam entre si, mas têm como seu inimigo comum a candidatura Canduca. Então passam a investir contra ele das formas mais sórdidas possíveis – ora denegrindo a sua imagem e sua conduta, através de cabos eleitorais identificadas da rua XV, outros investindo contra os partidos que formam a sua base de apoio, tentando a todo custo destituir sua comissão provisória assim como anular o direito assegurados dos candidatos a vereadores de concorrerem nas eleições de cinco de outubro, numa forma inusitada de ingerência nos assuntos alheios de um partido, como foi o caso do PV e outros. Mais interessante ainda, é que alguns dos cabos eleitorais da criatura migraram para o ninho da sua criadora, entretanto, sendo farinha do mesmo saco, não chegara a causar admiração nenhuma, muito pelo contrário, deixara aberto o lanho purulento desta ferida chamada conspiração que há muito tempo vêm eles tramando contra a cidade e a seu povo.

Agora, nos estertores de suas mortes políticas, com punhados de processos, impugnações jorrando a rodo nos tribunais, as quais jamais esperavam que isso fosse ocorrer, eis que abortam uma criatura saída de suas entranhas na figura do José Luiz Velozo.

Será que este não está representando a terceira mão criada por esses dois atazanados pela justiças, que na iminência de serem impedidos de concorrerem ao pleito vindouro, jogarão tudo nele por lhes ser as garantias que o Canduca não lhes dá de não serem importunados com auditorias, processos administrativos, criminal e até por que não prisão?

Agora mesmo se ouve um boato por aí que o alcaide vai impugnar o Zé Luiz, será? Vou pagar pra ver.

Nerval é escritor e comentarista.

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