Por Jeffinho Picanço
Este assunto está enchendo. Dia a dia, aumenta o assoreamento em nossa baia, enchendo cada vez mais nossos canais de acesso ao porto e nossa paciência. E esvaziando nossos bolsos. Na semana passada, comentei sobre a possibilidade de cobrança de royalties à COPEL pelos danos ambientais causados pela usina Capivari-Cachoeira.
Recebi, por intermédio da professora Maria Jose Mesquita (UFPR), uma minuta de projeto do professor Leonardo Santos, da geografia da UFPR, onde coloca alguns fatos interessantes sobre o assunto. Já tinha comentado sobre o trabalho de lídio Odreski (2002), o qual comparou plantas batimétricas históricas (1901) com as cartas náuticas mais recentes (1979). O volume depositado entre 1901 e 1979, na área abrangida pelos levantamentos batimétricos (cerca de 25 km²), ficou em torno de 769.230 m³/ano, ou 64.102,5 m³/mês.
O professor Leonardo cita um estudo posterior, feito pelos geólogos Carlos Roberto Soares e Marcelo Lamour, do Centro de Estudos do Mar da UFPR. Neste trabalho, os autores verificaram, para o período julho/2000 a março/2001, uma taxa de assoreamento em torno de 87.121,25 m³/mês. Entre esta última data e outubro/2002 a taxa mensal de assoreamento calculada foi de aproximadamente 135.458,7 m³. Entre maio/2004 e julho/2005, estes pesquisadores calcularam uma taxa aproximada de 135.811 m³/mês. Esse último dado significa que o sedimento acumulado mensalmente na nossa baia equivale à carga transportada por 22.635 caminhões-caçamba!
O professor Leonardo Santos nos diz também que já foram realizadas obras significativas no interior da Baía de Antonina, tal como o aprofundamento inicial do canal de acesso aos TPPF para -8 metros (entre 1998 e 2000), e na seqüência para -10 metros (em 2000). No entanto, o descarte dos sedimentos dragados, contrariando os estudos ambientais, “foi efetuado paralelamente ao canal na sua margem norte, a uma distância aproximada de 800 metros, sem qualquer confinamento, ou reutilizados no retroporto dos TPPF”. Ou seja, este material todo tende a voltar para os locais de sua retirada, inviabilizando todo o processo de dragagem, jogando fora o meu, o seu o nosso dinheiro.
O assoreamento de nossa baía é uma mistura de causas naturais e causas antrópicas, ou seja, provocadas pelo homem. No entanto, hoje nós estamos assistindo a uma lenta agonia, vendo o presente que o mar nos deu morrendo sufocado por esta colossal bronquite. Até quando vamos conviver passivamente com essa perigosa mistura de negligência e ignorância?
A discussão, originada no Blog do Bó na semana passada, teve a participação de autoridades no assunto, como nosso amigo e conterrâneo Antonio Fonseca. Falar só não basta, é preciso que nossas autoridades cumpram seu papel, através de leis especificas, conforme Antonio sugeriu. Aos responsáveis pelo porto, caberia uma explicação pública e formal sobre estas dragagens realizadas com dinheiro público e ao arrepio das sugestões dos especialistas no assunto. E ai? Os bagres acima e abaixo da linha de preamar não podem mais esperar...
Recebi, por intermédio da professora Maria Jose Mesquita (UFPR), uma minuta de projeto do professor Leonardo Santos, da geografia da UFPR, onde coloca alguns fatos interessantes sobre o assunto. Já tinha comentado sobre o trabalho de lídio Odreski (2002), o qual comparou plantas batimétricas históricas (1901) com as cartas náuticas mais recentes (1979). O volume depositado entre 1901 e 1979, na área abrangida pelos levantamentos batimétricos (cerca de 25 km²), ficou em torno de 769.230 m³/ano, ou 64.102,5 m³/mês.
O professor Leonardo cita um estudo posterior, feito pelos geólogos Carlos Roberto Soares e Marcelo Lamour, do Centro de Estudos do Mar da UFPR. Neste trabalho, os autores verificaram, para o período julho/2000 a março/2001, uma taxa de assoreamento em torno de 87.121,25 m³/mês. Entre esta última data e outubro/2002 a taxa mensal de assoreamento calculada foi de aproximadamente 135.458,7 m³. Entre maio/2004 e julho/2005, estes pesquisadores calcularam uma taxa aproximada de 135.811 m³/mês. Esse último dado significa que o sedimento acumulado mensalmente na nossa baia equivale à carga transportada por 22.635 caminhões-caçamba!
O professor Leonardo Santos nos diz também que já foram realizadas obras significativas no interior da Baía de Antonina, tal como o aprofundamento inicial do canal de acesso aos TPPF para -8 metros (entre 1998 e 2000), e na seqüência para -10 metros (em 2000). No entanto, o descarte dos sedimentos dragados, contrariando os estudos ambientais, “foi efetuado paralelamente ao canal na sua margem norte, a uma distância aproximada de 800 metros, sem qualquer confinamento, ou reutilizados no retroporto dos TPPF”. Ou seja, este material todo tende a voltar para os locais de sua retirada, inviabilizando todo o processo de dragagem, jogando fora o meu, o seu o nosso dinheiro.
O assoreamento de nossa baía é uma mistura de causas naturais e causas antrópicas, ou seja, provocadas pelo homem. No entanto, hoje nós estamos assistindo a uma lenta agonia, vendo o presente que o mar nos deu morrendo sufocado por esta colossal bronquite. Até quando vamos conviver passivamente com essa perigosa mistura de negligência e ignorância?
A discussão, originada no Blog do Bó na semana passada, teve a participação de autoridades no assunto, como nosso amigo e conterrâneo Antonio Fonseca. Falar só não basta, é preciso que nossas autoridades cumpram seu papel, através de leis especificas, conforme Antonio sugeriu. Aos responsáveis pelo porto, caberia uma explicação pública e formal sobre estas dragagens realizadas com dinheiro público e ao arrepio das sugestões dos especialistas no assunto. E ai? Os bagres acima e abaixo da linha de preamar não podem mais esperar...
Parabens garoto, um Antoninense nato que mostra a todos a sua preocupação com o abandono da nossa poluida baia de Guarapirocaba, adiante companheiro
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