segunda-feira, janeiro 26

PORTO DE ANTONINA...

Antonina Esperança da Appa é mudança de controladores na Ponta do Félix
Texto publicado em 27 de Janeiro de 2009 s
da Reportagem PortoGente

“Queremos aprofundar os canais de Antonina até 10 metros e fazer com que isso nos ajude a iniciar uma nova era para o Porto”. A promessa é do superintendente da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), Daniel Lucio de Souza, que se pronunciou ao PortoGente sobre a crise enfrentada pelo Porto de Antonina. Lá, os serviços diminuem a cada dia e os portuários avulsos clamam por obras emergenciais de dragagem no complexo. Responsável pelos portos do Paraná desde o final do ano passado, Daniel garante que já há um trabalho de recuperação previsto para o porto local.

Vale explicar que o porto é composto por dois terminais: Ponta do Félix (arrendado para exploração de câmara frigorificada) e Barão de Teffé (público). O primeiro foi posto em licitação em 1994 pelo governador Roberto Requião e o grupo composto por fundos de pensão construiu berços de atracação e estrutura para exportação de carnes. O problema é que, segundo Daniel, essa configuração tornou-se obsoleta, isto é, atende a navios pequenos e de baixo calado. Já o segundo terminal está parado.

PortoGente - Por que a movimentação de cargas em Antonina caiu de 626 mil toneladas em 2007 para 269 mil em 2008?
Daniel
– A Appa, na época do embargo russo às carnes brasileiras, permitiu operações excepcionais com outras cargas que não fossem congeladas no Porto de Antonina. Isto só é possível como exceção. Mas a exceção virou regra e até pouco tempo atrás (início de 2008) estavam operando fertilizantes a granel. E isso é impedido pela licença ambiental do terminal, criado para operar carnes congeladas. Proibimos a ilegalidade e é claro que os trabalhadores não sabiam disso e foram manipulados, afinal eles querem navios e operações e não sabem destas questões legais do arrendamento.

PortoGente - O que levou o Porto de Antonina a perder tanto espaço? Há problemas com o Terminal da Ponta do Félix?
Daniel Lucio de Souza
– A Appa deu prazo para os empresários se decidirem sobre o futuro do Terminal da Ponta do Félix até dezembro de 2008 e agora nós iremos rescindir o contrato de arrendamento. Só estamos aguardando o final das negociações, cujo prazo se encerra no próximo mês de março. O Ponta do Félix pertence a grupos privados que estão negociando suas participações. Existem grupos interessados em comprar e adequar tecnologicamente as operações do terminal. Esta é uma questão privada que os trabalhadores não entendem e são manipulados politicamente.

PortoGente - A dragagem se tornará realidade em Antonina quando? Qual o calado atual?
Daniel
– Para chegar à Ponta do Felix, os navios full-contêiner pedem no mínimo 10 metros de profundidade, mas o contrato estabelece 8,5 metros e o calado hoje está em 7,1 metro, o que inviabiliza esse cenário. Dragá-lo nesta profundidade custará cerca de R$ 60 milhões. Há, inclusive, grupos contrários a este desembolso, dizendo que apenas o terminal privado da Ponta do Félix seria atendido, pois o Barão do Teffé está inativo.

PortoGente – E o que fazer para resolver isso?
Daniel
- Uma sísmica (levantamento geológico de fundo, como uma batimetria, mas com ondas de som que permitem identificar os tipos de camadas de solo) identificou as lajes no antigo Barão de Teffé um pouco além de seis metros. Isto o coloca numa situação de difícil competitividade nos dias de hoje. A chance é focar nas embarcações pequenas de cabotagem e barcaças. Pretendemos transformar o Barão do Tefé em área de condomínio de serviços alfandegados, com oito armazéns industriais, pois operações de navios serão restritas. Foi por isso mesmo que o Porto Matarazzo, que fica ao lado, fechou nos anos 1970.

PortoGente - Muitos falam que Eduardo Requião fez coisas ruins para o Porto de Antonina. O senhor poderia citar exemplos em contrário?
Daniel
- O Eduardo Requião fez um esforço tremendo e ainda ajuda como Secretário Especial do Paraná em Brasília, para que, junto à Antaq [Agência Nacional de Transporte Aquaviário], aprovemos os projetos que temos para Antonina, como o Condomínio Industrial Alfandegado no Barão de Teffé e a construção de um berço público na Ponta do Félix.

PortoGente - O que a Appa pode fazer para resolver essa situação? Antonina hoje é o "patinho feio" dos portos paranaenses?
Daniel
– Tudo começa pela mudança de controladores na Ponta do Félix, o que exigirá um novo contrato de arrendamento, estudos ambientais, novas licenças e adequações do arrendamento para cargas permitidas, inclusive, pelo Ministério da Agricultura. Após isto, submeteremos à Antaq, que autorizará ou não outras cargas não previstas no contrato atual [carnes congeladas]. Esperamos que a audiência pública da SEP em Paranaguá na próxima sexta-feira (30) contemple nosso projeto de aprofundar os canais de Antonina até 10 metros e nos ajude a iniciar uma nova era para aquele porto.
(Colaboração: Carlos Martins)

3 comentários:

  1. Qual autoridade de Antonina vai à audiência pública da SEP em Paranaguá? CARLOS

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  2. Será que o Vereador Luis Carlos "novamente" vai mostrar todo o seu conhecimento e influência nas esferas estaduais e federais e conseguirá interferir mostrando todo os seu "PODER", que meses atrás bateu no peito gritando aos quatro ventos seu feito com referência a situação portuária de nossa cidade? Agora é a hora dele e de todos os outros polítcos antoninense que dizem terem grandes amizades influentes, realmente aparecerem, e não só usar os políticos para tirar fotos e aparecer em "santinhos" em época de eleição. Pelo que estes senhores ganham estão "trabalhando" muito pouco, pois vejam só enquanto tudo isto está acontecendo em nossa cidade, estão todos em "merecido" recesso´, realmente como diz Boris Casoy: "ISTO É UMA VERGONHA".

    JOÃO RAMALHO

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  3. Neuton.
    Bem diz o começo da matéria "O primeiro foi posto em licitação em 1994 pelo governador Roberto Requião e o grupo composto por fundos de pensão construiu berços de atracação e estrutura para exportação de carnes.", a obra de construção se realizou no governo seguinte o do Jaime Lerner, infelizmente, o primeiro voltou a governar e, acabou, com que o segundo realizou, é o famoso "tranca-porto". Na sequencia diz o seguinte: "Já o segundo terminal está parado.". Está parado, porque foi destruído por eles mesmos com a conivencia das autoridades locais que, não levantaram um dedo prá impedir. Quanto a entrevista, vejo novamente ser tudo balela, papo eleitoreiro, acredito que não vai acontecer nada! Mesmo com os atuais mandatários, governador, prefeito, vereadores, presidentes de sindicatos, não vai acontecer nada! Só papo! Garganta! Antonina vem sendo vagarosamente destruída! Neutinho pergunto a voce: viu alguma ação pública positiva nesses últimos anos, tanto de governo estadual ou municipal, sindicalistas, que visassem modificar o estado em que se encontram os portos de Antonina? Dúvido que ache alguma. Voce deverá encontrar ações do tipo seguinte: colocar fulano em tal lugar, ciclano em outro a pedido do deputado tal, açoes pessoais e não públicas.
    Mauricio Scarante.

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