Por: Jeff Picanço
Não é postagem atrasada. Começou o Festival de Inverno de Antonina. Não, também não é um simples truísmo, uma brincadeira com palavras, embora goste muito de brincar com elas. Na verdade, no próprio festival que terminou está se gerando o próximo. O vigésimo Festival de Inverno de Antonina vem aí. Pela vontade dos atores envolvidos, será um baita festival, talvez o maior de todos, em quantidade e qualidade. Tomara. Assim que tem que ser.
Para isso, lições têm que ser aprendidas. Para a universidade, foi um sinal amarelo que quase foi um vermelho – a gestão, ou o modelo de gestão do festival precisa ser mudado. É preciso ser mais profissional, é preciso pensar o festival do próximo ano assim que o deste termina. É preciso buscar fontes de financiamento, suar a camisa atrás de patrocínios desde já. E isso não pode ser tarefa de amadores. Precisamos também desfulanizar o festival. Quem participa são instituições, não pessoas. Por mais que saibamos que as pessoas fazem as instituições funcionarem, é preciso ancorar o patrocínio e o financiamento em regras precisas e claras, onde os atores são instituições. Não é bom ver faixas agradecendo ao deputado pelas bondades. O festival não precisa de bondades do deputado, o próprio deputado sabe disso. O festival precisa e vai existir com, sem ou apesar do deputado, do governador, do prefeito. Ele precisa e vai existir com empresas, com a universidade, com a prefeitura, quaisquer que sejam as cores partidárias dos que assinam os papéis.
Outra coisa que deve ser pensada é que, apesar de ser um Festival de Artes, é preciso ser também um Festival aberto a outras expressões da cultura. A oficina em conjunto Pet-Geologia/ADEMADAN que comentei na semana passada é uma prova disso. Foi a primeira oficina não vinculada estritamente às artes, mas que tem um pé no educar, no formar consciência, no pensar. Sem perder o foco nas artes, o festival pode abrir também espaços à cultura senso lato. Por que não ter também um lado com a filosofia, com a história, com a literatura?
A cidade deve cada vez mais deixar de ser palco e público, e participar mais ativamente. Trazer cada vez mais a universidade para Antonina, criar laços para atividades que durem todo o ano. Investir em oficinas de bagrinhos para bagrinhos, por que não? Prefeitura, empresários, associações comunitárias, todos precisam pensar em canais para que o Festival de Inverno de Antonina seja uma marca cada vez mais valorizada.
Ouro preto tem o seu festival de inverno, uma marca nacinal. Parati tem a flip. Campos do jordão também tem o seu. Aqui nós, na terra do leite quente, temos Antonina. Que orgulho.
Vamos começar o 20° festival de inverno já?
Nenhum comentário:
Postar um comentário
COMENTÁRIOS SOMENTE COM CONTAS NO GOOGLE