quarta-feira, julho 8

EU COMENTO - 23ª EDIÇÃO






Kleber jamais imaginaria que os seus últimos dois terços de mandato, seriam tão conturbados quanto o foram ao ponto de envelhecer tão prematuramente. Levava consigo a absoluta convicção que navegaria em águas tranqüilas, sem nenhuma oposição a importuná-lo – que até previu chegar ao final do mandato a contentar o povo com algumas migalhas, e preparar a sua volta triunfal em 2008. Enfim, se gabava a torto e a direito, tal como Narciso enfrente ao espelho a se perguntar: espelho, espelho meu, existe alguém mais político e mais astuto que eu?!

Entretanto, ao deixarem o santo nu, descobriu-se literalmente que ele não era nem uma coisa e nem outra. Apenas, um pobre envaidecido pelo poder que lhe fora dado e não conquistado, somente isso.
Cometeu um erro capital em sua trajetória tresloucada ao subestimar seus adversários, aliás, é bom frisar, adversários estes que ele próprio os transformou - os que lhes deram a vitória consagradora nas urnas de 2004 - pois vitória se conquista com inteligência, e esse predicado estes tinha de sobra.
Com este escrevinhador, Kleber também não foi diferente, foram tantos os equívocos cometidos, que até a própria razão desconhece - equívocos que nem mesmo principiantes cometem. Tripudiou o meu passado político; subestimou a inteligência; cometera a desdita e a insensatez de querer repetir a história já julgada e condenada - ao proferir a mesma frase que o Ivo Silva dissera com o braço sobre os ombros de meu pai: quem diria Oscar que nós iríamos mandar nessa merda! Veja no que terminou aquilo! E o pior, é que o Ivo, mesmo com todas as suas trapalhadas acabou fazendo discípulo.

Antes das eleições, com a vitória já praticamente assegurada, exclamava no interior do meu escritório, parafraseando o antigo burgo mestre. Esses sarros rústicos e primários, em forma de escárnio, não faziam jus àquele que se arvorava dono da verdade.
Há um ditado popular que diz: quem procura acha. E, não é que o Kleber de tanto procurar seu destino que acabou encontrando? Todavia, reflete-se, agora, em sua fisionomia precocemente desgastada a silhueta de um homem nostálgico, desconsiderado e sem amigos. Estigmatizado pelo seu próprio povo pelo mal que causou.

No entanto, o resultado está aí, olhado com desconfiança pelo povo, restando-lhe somente a companhia de seus familiares mais próximos, e alguns pouquíssimos “amigos” - aqueles os quais foram privilegiados de alguma forma em sua desastrada passagem pela prefeitura.
Além de ter perdido o bonde da história, pois não obstante, dispor ao seu lado de um séqüito de homens probos, inteligentes e competentes, prontos a ajudá-lo a tirar este município do atraso e da miséria que se encontra até hoje, herança herdada dos seus antecessores. Não. Preferiu caminhar com aquela arrogância que sempre o distinguiu; com aquele ar de professor de Deus, por caminhos perigosos, cheios de incertezas, deixando um rasto de desconfiança no seio da população que nem o tempo há de apagar. Esse sim, se pode afirmar que nunca mais há de si quer pensar candidatar-se a cargos públicos por aqui.

Por outro lado, os subestimados por ele, acabaram de fazer o serviço completo. Sempre - enquanto nos resta a vida, estaremos por aqui a lembrar este povo de memória curta, essa página triste na história da cidade.
Nós somos testemunhas de um trem de processos que pipocam na promotoria pública federal e no ministério público, contra as ações dele e seu comparsa anão, na investidura de seu mandato. Logo, o aguerrido Fernando Matarazzo que o diga também. Mas, deixemos isso pra lá – isso já é outro negócio. Cumprimos o nosso papel, agora deixemos a justiça se encarregar do seu.

Alguns mais atentos devem lembrar de uns comentários que andei fazendo pelos blogs, da minha inarredável convicção que, tudo o que se faz e manda ao universo, se colhe de volta. Tal como aquele samba composto por Tom Jobim e Nilton Mendonça, de nome Insensatez, na voz maviosa deste extraordinário músico e cantor João Gilberto: quem planta vento, diz a razão, colhe sempre tempestade. Pois está aí – mesmo a safra nem estando pronta e já estão colhendo de montão!
Nerval Pedro é escritor e comentarista (em 07.07.2009)

3 comentários:

  1. Hoje em dia é tão fácil criticar as pessoas, mas enfim não estou defendendo!
    Mas desde ele (Kleber) saiu da Prefeitura não se nota diferença alguma de Administração da nossa cidade.
    Enfim é só vc sair nas nas ruas de nossa cidade e olhar os nossos pontos turísticos e nossas ruas largadas a esmo, apenas cobro o que qualquer cidadão Antoninense está querendo mas
    Vou aqui lembrar alguns fatos ao caro amigo que apenas sabe criticar:
    Falta Iluminação nas ruas, limpeza dos pontos turístico, incentivo ao esporte, segurança publica, Hospital digno, etc....
    Espero eu que caro amigo que aqui critique também cobre as obrigações que necessitamos para nossa cidade.
    Obrigado

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  2. Oi Helen, não a conheço, mas me chamou atenção o seu comentário. Parece que você não lê os blogs, pois se lesse, não estaria a dizer bobagem. O Nerval Pedro é o único corajoso que eu conheço que critica esta administração, é só ler os seus comentários no blogs do REginaldo e no Bacucu. Você atirou no alvo errado. Na outra vez arrume a pontaria. Abraços do Leandro Cardozo Branco

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  3. Helen, seguidamente a Vera Macho (como era chamada a Vera Maria Gonçalves) saía com esta: "não vai à missa e ainda quer hóstia!" Isso me fez lembrar você, não lê o Nerval nos blogs Capelista e fica mandando esses recadinhos tolos, sem pé e sem cabeça. Essas besteiras não contribuem em nada à um trabalho tão bem elaborado como é o dele, nos proporcionando conhecimento e ajudando muitos conterrâneos a ativar a memória para que não ocorra jamais outras Munira e Kleber da vida. A não ser que você esteja camufladamente defendendo o SEU Kleber?

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