Olho vivo
Uma virulenta troca de correspondências, que tem como um dos destinatários o governador Roberto Requião, revela as entranhas de uma poderosa rede de interesses que une grupos privados e agentes públicos do Paraná em torno de um negócio de muitos milhões. Trata-se da ainda encalacrada operação de venda do Terminal Portuário da Ponta do Félix, em Antonina.
O grupo que quer vender encontra interessados em comprar – mas sempre há um terceiro jogando casca de banana para que nada dê certo. Enquanto isso, um quarto e indefeso grupo paga a conta – isto é, Antonina morre à míngua e centenas de famílias de trabalhadores enfrentam as agruras do longo desemprego.
O grupo vendedor são os fundos de pensão que, liderados pelo Previ (Banco do Brasil), detêm desde 1998 a concessão do terminal. Desse grupo fazem parte outros fundos, como os da Copel e da Sanepar. O poder concedente é representado pela Appa (Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina), autarquia do governo do estado.
Os concessionários exploraram durante anos as cargas de congelados e todas as demais movimentadas em Antonina, como madeira, papel, ferro etc., mas desde 2007 queriam desfazer-se do negócio. Uma multinacional de fertilizantes fez oferta tentadora. Foi o que bastou para que a Appa impusesse restrições que fizeram gorar o negócio.
Em seguida, apareceu outro grupo, o Fortesolo, paranaense, cuja proposta foi aceita e o negócio, considerado fechado. No mesmo dia da assinatura, no entanto, estranhamente, o fundo de pensão da Copel jogou areia no negócio, apresentando proposta de um terceiro comprador, o grupo Standard Logística, da família Demeterco. Gorou também o negócio com o Fortesolo e tudo voltou à estaca zera.
Mas foi a partir desse último lance que começou a guerra de cartas contendo graves denúncias. A Fortesolo, em carta dirigida à Appa, denuncia o presidente da Fundação Copel, Edilson Bertholdo, de atuar como lobista a serviço da Standard Logística. A Appa, então, em outra carta, pede providências ao governador Roberto Requião e ao presidente da Copel para que tomem providências contra o lobista que agiu além dos “limites da ética e da legalidade”.
Enquanto isso, fontes do mercado informam que, por trás dessa guerra, há agora um quarto interessado em comprar o terminal – em favor do qual, agora, todos os esforços estariam sendo feitos. Esse novo comprador seria o grupo J. Malucelli.
(Fonte: Gazeta do Povo – 14/09/2009 – Coluna do Celso Nacimento)
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NOTA.:
É pessoal, o colunista Celso Nascimento, da Gazeta do Povo, acaba de nos esclarecer este emaranhado todo que se escondia por de trás desta negociação, como diz o Fabio Campana: Há interesses mais escusos que se movem nos bastidores da venda do terminal portuário de Antonina. O grupo que quer vender, formado por fundos de pensão, encontra resistências no governo e na Administração dos Portos, poder concedente, que coloca pedras no caminho da negociação.
NOTA².:
O que os nossos governantes (Prefeito, Vereadores) e até lideres sindicais acham de tudo isso?
Então colocam um laranja para comandar a TPPF,outro para comandar a APPA Antonina e mais um para ficar de testa de ferro de DUDU na superintendência em pgua.Fechasse o cerco e os peixes caem na rede.Mas não se preocupem o Pré-sal vem aí!!
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