DILEÇÃO? OU O DILEMA DO PREFEITO...

Por: Antonio Gomes Bento*

"O pior tipo de poluição é a pobreza - a falta de condições mínimas de alimentação, saneamento e educação." ( Indira Gandhi ) - Na Conferência do Meio Ambiente em Estocolmo em 1972.

Aquele que volta a determinado lugar visitado é porque gostou, foi bem recebido e quer reviver os bons momentos ali vividos. Evidentemente, quando não se é bem recebido ou não se viu o que se esperava, àquele lugar não se retorna.

Contudo, há uma série de advertências (vamos chamar assim) que chegaram ao nosso conhecimento em forma de reclamações,  e que precisam ser analisadas, uma a uma. Principal ato falho, no ponto de vista observado por turistas é o que diz respeito à segurança. Aliás, a própria polícia sabe que há falhas em seu gerenciamento local, principalmente na área civil.

Há apenas um escrivão para “colocar no papel” tudo aquilo que os investigadores levantam, registram e apresentam à autoridade policial. Não há como omitir ou esconder esse aspecto. A militar sabe das coisas, atuante e desenvolta reconhece que a sua forma de trabalho melhora sempre, mas que atingiu, hoje em dia, um entrosamento perfeito, como provado ficou com inúmeros flagrantes registrados nos últimos meses a esta parte, dando uma sensação de segurança bem maior que a de anos anteriores, na mesma época, não apenas porque houve um reforço policial, mas principalmente pelo eficiente trabalho dos homens de seu quadro.

Comentário em Standbay...

Recompor-se física e psicologicamente é uma necessidade - a profissão exige – mas é difícil e causa um mal estar não apenas naquele que trabalhou na operação, mas em grande parte da corporação. Cumpre ao comando manter o estímulo ao subordinado. Tarefa difícil, inglória até.

Bem, com a segurança não se brinca. Ou ela existe ou não existe. E tem sido esse o nó da questão para uma cidade essencialmente turística como Antonina, onde os horizontes se abrem a cada minuto e que exige das autoridades um acompanhamento destemido, porque são inúmeros os conteúdos projetados que movimentarão o turismo. Nem tudo acontecerá como o poder público municipal espera.

As formas que o governo federal proporá e que a iniciativa privada prevê para Antonina são diferentes, e, em verdade, o município terá que se enquadrar, adaptar-se e se profissionalizar, porque atualmente já se pode verificar que a linha divisória entre o amadorismo e o profissionalismo do setor turístico ficou para trás, embora alguns não queiram acreditar.

Tomar pé da situação, fazer uma análise concreta, planejar antes de tudo, contando - permitindo de bom grado a participação da sociedade civil - e ouvindo especialistas no assunto será muito reconfortante. Somar e ouvir, eis os verbos capazes de transformar em abertura de novas conquistas, projetos antes sonhados.

Os nossos empreendedores de turismo precisam desenvolver o senso critico, para não ficar réfem de oportunistas de ocasião. Principalmente quando monopolizam uma reunião.  Anote o que monopolista de reunião diz  e pesquise sobre o assunto em outras fontes, para comparar e contra-argumentar. Não engula tudo sem antes estudar melhor o tema. Não existe verdade absoluta. 

Não tenha medo de questionar uma afirmação. Saiba diferenciar uma simples opinião de um conhecimento científico.  Não endeuze o monopolista de reunião só porque gosta dele

Respeite a opinião e manifestação alheia, mas cabe a todos nós refletir... Quem está com a razão, será que o monopolista é isento de qualquer erro, seria totalmente perfeito? Quando ataca outras opiniões, idéias, diz que está sempre com a razão, comprovando com a própria opinião, o que considero um desrespeito para com todos.

Claro que a liberdade de se expressar a idéia própria é uma atitude democrática. Mas atacar tudo e todos, alegando estar coberto de razão e ser o "dono da Verdade", além de grande pecado está cometendo desrespeito para com o próximo.

São essas atitudes enraizada por uma cultura de que quem sabe mais manda, e quem não sabe obedece, é que não deixa a sociedade civil antoninense participar da construção de políticas públicas, pois ninguém gosta de ser humilhado em uma reunião. Humildade senhores, humildade!

Quando se fala em turismo de qualidade (e Antonina não está longe disso) é preciso alinhar, a par da segurança, a acessibilidade, o respeito e a educação dos que compõem o receptivo, assim como em hotéis e pousadas (todos atendendo as determinações da legislação vigente), o transporte, as vias públicas transitáveis, o saneamento ambiental (bem superior ao básico), as trilhas com acesso confortável, as cachoeiras limpas, os destinos turísticos decentes, os quiosques em ordem e praticando preços decentes, consolidar e melhorar o aproveitamento de deques subutilizados, e construir novos.

Com o saneamento ambiental em Antonina, as estações de tratamento operando, os emissários idem, com certeza o turismo será confirmado em alto padrão. E isso, paralelamente ao trabalho que se deva fazer em fórum de debates, iniciativas não governamentais capazes de marcar presença na vida do município, com estudo profissionalizante aos jovens, Conselhos Municipais contribuindo voluntariamente e cumprindo lei federal, inclusive o COMAD(Conselho Municipal Anti-Drogas),  que ainda não saiu do papel, por negligência e inoperância, dando novos horizontes a esse crucial e famigerado aspecto social degradante.

Aliás, para o combate às drogas é preciso haver mais seriedade e vontade de todos - povo e autoridades – sociedade hipócrita – alguns que permanecem numa sala com ar condicionado, chegam para o trabalho, cumprem o seu horário e não saem às ruas para assistir crianças e adolescentes consumindo ou traficando drogas. Todos são responsáveis por esse estado de coisas, que precisa, pode e deve mudar, se todos quiserem.

Alinhar-se numa trincheira de lutas é importante e numa hora como esta, quando se apresenta uma série de novas opções a uma cidade como Antonina, principalmente dentro do setor de sua vocação primordial, o turismo, a oportunidade não pode ser desprezada.

Não são apenas os navios que, de um tempo a esta parte passaram a alimentar , o comércio e os prestadores de serviços daqui, mas outros, europeus de turismo em grande escala, altamente interessados em fazer de Antonina um ponto avançado para as suas viagens de lazer - os da terceira idade são em maior número – e as nossas autoridades sabem muito bem disso.

Organizemo-nos, pois, com o coração aberto, numa missão supra-partidária, longe dos ranços da política de outros tempos, desprovida de discernimento e muita vontade de progredir. O tempo é este. Não há que se fazer a hora. A hora é esta. Ela se nos apresenta de forma sucinta, bem simples, mas ansiosa por querer ser usada com precisão.

*Militar da reserva, professor.