Estive em Antonina nesta ultima quinta, um belíssimo dia. O céu azul, o sol maravilhoso, o vento delicioso. Só quem estava lá viu. Almocei no simpático Baia de Antonina, o restaurante de meu amigo Wilsinho Clio. Vi a maré enchendo, os pescadores chegando, gaivotas e urubus disputando o peixe. Fiquei no alto da igreja da matriz, cheia de obras, esperando a Festa de Agosto. Mês que vem, tem o Festival de Inverno. Uma cidade linda, cheia de gente simpática e alegre. Essa é Antonina.
Afora a lindeza, Antonina tem alguns problemas. Uns são visíveis. O mato continua crescendo nas ruas, impunemente. Quando se vê lugares sem mato, é por iniciativa particular. Não sei por que não se toma uma atitude que serve pra melhorar a cidade. Uma pena. Outra coisa que é bem visível é o lixo nas ruas. Ele está ali, em todos os cantos, pedindo uma reles vassourinha. Tudo muito simples, fácil de resolver, mas ambos os problemas, em Antonina, parecem insolúveis.
Outro problema que vi em Antonina é invisível: não temos boas vias. As ruas de paralelepípedos são muito irregulares, e ficam piores a cada dia. Cada intervenção, cada buraco, cada instalação ali realizada fica, na forma de um ressalto. Por outro lado, parece que faz muito tempo que não existe a manutenção das nossas charmosas ruas calçadas com paralelepípedos. Transitar nessas ruas transportando pessoas doentes pode ser simplesmente infernal.
Nossas calçadas também são muito ruins. As calçadas do centro são estreitas, em algumas ruas são estreitas demais. Nas calçadas com algum espaço, existem muitas armadilhas que uma boa lei de posturas e uma fiscalização atenta poderiam resolver. Ressaltos, degraus, buracos, pavimentos escorregadios e lisos, andar em nossas calçadas são verdadeiras aventuras. Para nossa população idosa, podem ser armadilhas terríveis.
Semana passada, minha mãe torceu e quebrou o pé num desses ressaltos, numa calçada da Rua Conselheiro Alves de Araujo. Uma calçada que, além de cheia de ressaltos grandes, é calçada com azulejos, o que a torna excessivamente escorregadia.
Foi com a minha mãe, mas poderia ter sido qualquer outra, não importa. O fato abriu meus olhos para o problema da acessibilidade de nossos idosos. Existem coisas positivas. Vi algumas boas calçadas no jardim Maria Luiza, onde há ressaltos para cadeirantes, mas no centro da cidade a acessibilidade ainda deixa a desejar. Nossas calcadas são muito ruins. Não é a toa que, em muitas ruas, mas principalmente na Avenida Thiago Peixoto, na entrada da cidade, haja tantas pessoas andando na rua: não há espaço nas calcadas.
Para isso é preciso a secretaria de obras botar mãos a obra. são todas obras pouco onerosas, e que ocupariam o pessoal ocioso que todos dizem existir no serviço público. Outra coisa que me disseram é que o secretário de obras nem mora na cidade. Como assim? Não é uma boa idéia. O cavalo engorda com o olho do dono, já diziam os romanos.
As ruas de Antonina são belas e charmosas. O calçamento de paralelepípedo é uma coisa bonita e que faz a beleza da cidade. Mas tem que ser cuidado, como todo pavimento de via publica. As calçadas têm de ser pensadas como vias de circulação de pessoas, de todas as pessoas. Uma fiscalização atenta deve coibir ressaltos perigosos ou calçadas escorregadias. Devemos, mais que tudo, cuidar da acessibilidade de nossos idosos, que são nossa memória, nossa sabedoria, nossa história.
Cidadão
ResponderExcluirS.m.
Morador de uma cidade.
Habitante de um estado, com direitos civis e políticos.
Ao editar a palavra acima e seu respectivo significado, gostaria que os habitantes de Ubatuba refletissem sobre o assunto.
Cidadãos somos todos nós! Temos direitos civis e políticos!
Vivemos num país com regime político DEMOCRÁTICO, onde todos os cidadãos têm o dever e direito de participarem criticamente de toda e qualquer ação política, ao contrário de países com regime político autoritário. Como Ubatuba é uma cidade dentro de um país democrático, aqui também o cidadão tem o direito de expressão garantido e cabe as autoridades locais assumirem suas responsabilidades, buscando através do diálogo com a comunidade local, com o Estado e com a União, obter recursos e implantá-los, atendendo as necessidades locais.
Se a cidade está abandonada, obras inacabadas e de qualidade duvidosa estão espalhadas pelos bairros, escolas são desativadas, funcionários municipais estão desmotivados, ruas estão esburacadas ou cobertas de mato e de lixo, nossos rios e córregos estão servindo de esgoto, as praias e morros estão sendo desmatados gradativamente etc. etc. etc. a responsabilidade é dos eleitores de Ubatuba!
Nós estamos pagando o preço (e como é caro!) por oferecer o comando da nossa cidade a indivíduos que "trabalham" de forma inócua, amadora e pouco eficiente. Cabe a nós cobramos ações efetivas daqueles que recebem gordos salários, pagos com nosso dinheiro.
Nós contratamos um funcionário para COMANDAR nossa cidade, que têm clara dificuldade de administrar o seu trabalho e da sua equipe, suas ações apresentam produtividade ruim e qualidade inferior a que queríamos, não apresenta projetos e ações que revertam em melhorias, não consegue ou não sabe como justificar suas deficiências funcionais e ainda tende a colocar a culpa nos outros...
Empresas privadas fazem de tempos em tempos avaliação de desempenho dos seus funcionários: BOM DESEMPENHO RESULTA EM PROMOÇÃO, MAU DESEMPENHO RESULTA EM DEMISSÃO...
A decisão é nossa!
Sr. Neuton...
ResponderExcluirFiz um contraditório de Ubatuba X Antonina, duas cidades litorâneas, com os mesmos problemas de gestão pública. Será a cultura do povo caiçara tão irresponsável com as suas representatividades?