segunda-feira, junho 14

MINHAS "VUVUZELADAS" NO LEITOR

Por Antonio Gomes Bento*
Cícero, o grande orador romano, que deixou o seu gênio assinalado nas noventas cartas que escreveu a seu irmão Quintus e a seu amigo Atticus, assim nos fala dos livros: A boa leitura cria na adolescência, recreia na velhice, e adorna os sucessos próprios. Diverte-nos em casa, não nos embaraçam, velam conosco no campo e nos acompanham. Não devemos descuidar-nos dos refinamentos do espírito e adquirirmos o hábito de ler e estudar.

Como fazer oposição séria no Antonina?
Esta é uma questão sobre a qual temos refletido muito, tanto mais que não estando o movimento representado, enquanto oposição, nós partidos políticos de Antonina, a questão assume outros contornos.
Por que meios nós podemos nos fazer ouvir? Os fóruns de debate não existem. Não temos rádio, jornal ou qualquer outro meio de comunicação com independência suficiente para passar de forma imparcial a mensagem de cada um.
Os blogs, aos quais reconheço enormes virtudes na “democratização” da informação, pecam pela permissão do anonimato, ao abrigo do qual se lançam todas as calúnias e difamações possíveis e onde é muito difícil para o leitor comum estabelecer uma fronteira entre o que é informação (muito pouca) e contra-informação ou desinformação.
O anonimato pode abrigar opiniões, não pode servir para lançar boatos ou distribuir ofensas. É essa a política de publicação de comentários que seguimos nos blogs que vamos mudar uma realidade?
A informação “oficial” é, predominantemente, o reflexo daquilo que o poder quer passar cá para fora. E a informação do município, está direcionada para endeusar a figura do prefeito, ou de um opositor magoado? Preparem-se para um mega-boletim municipal pré-eleitoral com tudo o que nós sabemos que o prefeito não fez nestes anos, justificando e o que fez, o endeusando, tudo devidamente documentado.
Alguém se lembra de quando saiu o último informe da Prefeitura Municipal de Antonina, sobre os seus feitos e não feitos?
Numa altura em que se fala de responsabilização da classe política e em que se associam falhas graves de democracia à transparência dos entes públicos por se concretizar, assumem pertinência as seguintes questões: quais deverão ser os direitos e deveres de informação da classe politica? Essa responsabilização é ou não extensível à oposição?
Entendo a responsabilização como sendo transversal, logo extensível à oposição. Em poucos anos de democracia estamos nos habituando a expressar a nossa opinião. A concordar ou discordar daquilo que nos rodeia, a explicar o porquê desta ou da outra posição e, em última análise, a decidir a forma como estamos disponíveis para participar nas decisões que afetam o dia-a-dia de cada um de nós. A participação na política ativa é um caminho, através ou não de um partido político, mas é antes de mais nada um desafio exigente.
Uma oposição séria e consistente baseia as suas intervenções em dados estatísticos, em estudos setoriais e, com certeza, em fatos e atos concretos de quem exerce o poder legitimamente empossado pelo povo. A oposição assume convicções e faz propostas. Concorda ou discorda. Explicita as suas linhas de ação, em contraponto com as atuações e estratégias seguidas. A oposição não é melhor, pior ou igual ao poder instalado. É, necessariamente, diferente.
Estaremos, nesses momentos, a “"falar mal" de alguém? Não. A destilar raiva (inveja!) contra uma pessoa com quem não temos divergências pessoais, mas sim políticas? Não. A promover uma “campanha difamatória” contra a imagem de um prefeito dedicado? Não. Estamos a questionar as suas opções políticas, os caminhos de atuação pelos quais deve responder, enquanto prefeito, perante todos os seus munícipes.
Impõe-se um rigor à oposição que é permissivamente esquecido para quem dirige. Aos primeiros acusadores, constante e deliberadamente, de “calúnias” e maledicências. Aos segundos permitem-se formas de vitimização abusivas, ausências de respostas ou justificações e, mais grave ainda, fugas à clareza e transparência dos atos.
Quem assume uma participação ativa na vida pública tem que estar preparado para o escrutínio constante das suas ações por parte daqueles que representa. Vamos deixar de nos refugiar atrás de “ouvir falar” e vitimizações e responder todos por aquilo que somos e fazemos. Os antoninenses merecem este compromisso!
Não podemos permitir que as opções sejam rapidamente transformadas em “erros desculpáveis” à luz da “imperfeição humana”. Que a oportunidade e a confiança dada pelo povo a quem governa seja confundida com legitimação para tudo fazer. A democracia só pode ser compatível com rigor, clareza e dedicação de quem desempenha cargos políticos.
Mas também queremos e merecemos uma oposição informada. Inteligência na forma como informa mas, essencialmente, capacidade para identificar as falhas e encontrar e propor soluções. Que esteja próxima das populações. Que dê a cara. Que saiba merecer o reconhecimento e respeito dos seus adversários.
Pela minha parte, manifesto aqui total disponibilidade para o debate direto e frontal com os adversários, no número de vezes e nas formas que melhor possam contribuir para o esclarecimento dos eleitores, sempre que salvaguardada a igualdade de circunstâncias.
E vamos todos mostrar aos nossos munícipes que somos capazes da elevação necessária para conviver em democracia. A responsabilização do poder político, em que se inclui a oposição, passa por…saber perder! Quanto mais não seja, porque em democracia, o governo de hoje é a oposição de amanhã, e vice-versa. E há por aí muito quem se esqueça disso quando o povo lhe entrega, temporariamente, o poder.
Teoria da conspiração, detalha o dicionário virtual, é um termo utilizado para referir qualquer teoria que explica um evento histórico ou atual, sendo resultado de um plano secreto elaborado por conspiradores maquiavélicos e poderosos. Poderíamos considerar, diante dos recentes e antigos acontecimentos, que teoria da conspiração é também um sinônimo para a conhecida e vulgarizada “política”.
Um amigo comentou outro dia que as páginas de um certo livro lhe abriram os olhos quanto ao comportamento humano: “O ser humano é coerente”, diz a publicação. Mas como é possível, diante das atrocidades que nos surpreendem ou sufocam diariamente? Ora, caros leitores, a afirmação é justificada pelo autor: toda a pessoa é coerente com seus objetivos, ou seja, seus interesses próprios.
Em Antonina, assim como no resto do mundo, a politicagem se sobrepõe à verdadeira política, aquela que faz jus ao seu significado (conjunto de princípios e medidas colocados em prática para a solução de problemas sociais; arte da organização, direção e administração das nações). E aqui, assim como em qualquer outro lugar, pessoas mudam seus ideais, discursos e bandeiras em prol dos seus negócios.
Esse breve discurso, senhores leitores, não tem outro objetivo senão estimular a reflexão sobre a forma vexatória, humilhante e triste como alguns poucos antoninense, que ainda mostravam-se firmes, foram seduzidos pelo poder e pelo estrelismo da política. Vendo tudo isso não podemos pensar em outra explicação a não ser a lamentável existência de uma teoria da conspiração a favor do dinheiro e da vaidade. Que pena! E não são pessoas sem cultura, são pessoas estudadas e algumas até com mestrado, aposentadas por grandes universidades.
Uma cidade não se constrói ou se modifica somente à base de asfalto. Projetos na área de infraestrutura certamente são essenciais para ampliar e melhorar a qualidade de vida dos seus cidadãos, mas, definitivamente, asfalto e cimento não são o suficiente para garantir o desenvolvimento de Antonina. Há, portanto, uma demanda gigante de projetos de outras áreas que podem ser aproveitados, criados, impulsionados pelas autoridades municipais.
Projetos na área de cultura, lazer e esporte, por exemplo, são boas alternativas quando se busca um diferencial na convivência e evolução social de um povo. As iniciativas públicas e privadas deveriam apostar mais no combate à ociosidade dos nossos jovens, à depressão dos nossos idosos e a tantos outros males que afligem nossa sociedade. Estamos falando, caros leitores, de novas oportunidades, e não em uma específica.
Nossos jovens de diferentes idades pedem mais espaço de lazer para prática de modalidades esportivas diferentes, como skate, tênis de mesa e outros. Espaços públicos, bem conservados e localizados em pontos estratégicos, que possam beneficiar bairros diferentes. Antonina, precisa urgentemente de espaços assim.
Portanto, vamos incentivar o esporte antoninense e destacar ainda mais o nome do nosso Município em competições de diferentes níveis. Afinal, o esporte é um bom caminho para elevar o espírito de competitividade, da auto estima, do convívio e da integração social, refletindo-se no desempenho escolar e na saúde do corpo e da mente. Vamos criar novas oportunidades.
A poluição, o desperdício, o aumento do consumo, a falta de regras para o uso e a má distribuição dos recursos hídricos são os principais responsáveis pelo comprometimento e escassez de água e a falta de saneamento básico nas Cidades.
É necessária a criação de políticas públicas e iniciativas que promovam o uso sustentável da água e a efetiva instalação de sistemas de tratamento de efluentes; além disso, é preciso adotar programas educacionais que visem tanto a utilização devida desse produto, quanto a sua reutilização.
O que não pode acontecer é a sociedade se eximir da responsabilidade de discutir o tema e interferir nas decisões, permitindo que o Poder Público resolva essas questões em gabinete. É imprescindível, dessa forma, a participação e o envolvimento de todos os cidadãos nas decisões que envolvem o planejamento futuro dos Municípios, como as Políticas de Saneamento.
A população brasileira está acostumada a opinar. Quer um exemplo?! A cada novo reality show os recordes de votos são quebrados... Todos querem decidir o futuro desse ou daquele candidato ao estrelato. Mas para decidir o próprio futuro?! O cidadão está envolvido e preocupado?! Reuniões comunitárias e audiências públicas não têm o mesmo apelo midiático e na maioria das vezes, a televisão continua sendo o programa da noite... Nenhuma ação, por melhor que seja, terá qualquer efeito prático, se não contar com a participação da população. As questões da distribuição da água e o saneamento básico de Antonina são um exemplo disso. Então aja, opine, discorde para não ser eliminado.
*Militar da reserva, professor

2 comentários:

  1. Me desculpe mais ta uma M......nada d novo na City............
    aiaia deve estar uma maravilha então(ironic)
    abraço

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  2. Migão, só reacionários (as) escrevem de modo anônimo ou tiram da reta com a mensagem de que o "Seu blog é de ficção e fantasia. Toda e qualquer semelhança com fatos e/ou nomes reais é mera coincidência. O blog também não se responsabiliza pelos comentários dos internautas".
    Tem que ter muita coragem para dar a cara a tapa, como faz a Maria Bonita em seus blogs.
    Claudio Nicolae blog fodeuocafezaldaviuva.blogspot.com

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