quarta-feira, julho 7

SEM NADA PARA FAZER ...ENCONTREI ESTA RARIDADE...NA INTERNET....

DE: Fortunato Machado Filho

<fortunato.machado@gmail.com> 

PARA: Bacucu com Farinha

ruídos… sons da minha infância - laura veiga de camargo - antonina / pr
terça-feira, julho 14th, 2009

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A partir do Mirante da Pedra, vista do Centro de Antonina, da região portuária da cidade e da Ponta da Pita. Ao fundo a baía e o município de Paranaguá.

Um, apito? está chegando um navio. Corro às escadas do sobrado. Eu e Arlete olhamos pela janela lateral. Ficamos lá, curiosidade boba, olhando, querendo adivinhar aquele ponto escuro lá longe, na entrada da baía. Será que é do Matarazzo? O Lídia? Todos os navios do Matarazzo tinham nomes femininos. Das irmãs do Conde.
Quantas namoradas ansiosas esperam… esposas e filhos também, os marinheiros casavam e aqui deixavam suas famílias. Criavam raízes e muitos se tornaram nossos.
Também podia ser o navio de passageiros do Lage. Henrique Lage tinha uma companhia de navegação, a Costeira, os navios sempre com nomes começados com Ita: Itaquera, Itapuca, etc., o Ita foi muito importante pra Antonina. O agente era o senhor José Thomaz do Nascimento, pessoa simpática e muito querida por todos os antoninenses, “o vovô Juca” dos meus filhos. Um contador de histórias de primeira, figura maravilhosa.
Quando chegavam na cidade era uma festa! Certa vez um desses navios trouxe Procópio Ferreira e sua companhia de teatro. Fez uma apresentação no nosso lindo Teatro Municipal, imaginem, foi fantástico. Aconteceram outras vezes óperas famosas, pessoas especiais por aqui passaram.
Madrugada… o som do martelo… senhor Alberto Colecci. Era carpinteiro e emérito marceneiro, que fazia também caixões para nossos mortos. Era um italiano bonito, barrigudo, olhos azuis, todo mundo gostava dele. Quando ouvíamos o martelo bater de madrugada, já nos vinha um pensamento: “quem será que morreu?”.
Outro apito, bem diferente do primeiro. Este é mais perto, forte, contínuo. O trem chegando. A Maria Fumaça. Jovens que esperam seus amores, familiares chegam de longe e as pessoas aglomeradas, ansiosas, esperam na pequena e bonita estação a chegada do trem.
O apito da partida é mais rápido. As vezes triste. Vai levando gente querida… e lá sobe o trem o Morro do Machadinho!
Feito engraçado: às vezes, por falta de “pressão” volta o comboio até a estação e as pessoas que tinham ficado ali, paradas, tristes, se alegram pois, oportunidade maravilhosa de ver mais uma vez o rosto querido, e as vezes até dava pra tocar na mão ou um beijo rápido. Na segunda vez, arranca e vai mesmo. Adeus.

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Centro de Antonina, ao fundo a igreja de Nossa Senhora do Pilar (matriz).

Madrugada, aquele barulho de uma máquina. Não se dorme? Ou dorme-se? Acostuma-se com o barulho e até se acha agradável. É o João Leite editando o Jornal de Antonina. Amanhece, segunda-feira e ele tem que entregar o jornalzinho. Escreve, edita, compõe os tipos, revisa e imprime. Devia haver uma estátua para o João Leite em Antonina. Merecia. Homem de Valor. Do jornal inteligente, político e bem humorado. Lembro de umas muito boas. “Garanta um elogio póstumo assinando o Jornal de Antonina“, ou então: “Aniversariou a menina mais bponita de Antonina, Lurdinha (era sua filha) e Laura veio cumprimentá-la e trouxe um sabonete de presente(?!!). Contava que seu jornal foi o primeiro do Brasil a ser punido pela “lei da imprensa”. Motivo; tinha um cachorro de estimaçao (raça vira-lata) que o dia todo dormia tranquilamente em frente a tipografia, mas, se aparecia na esquina do Grupo Escolar Brasílico Machado alguém com quem ele não simpatizasse acompanhava a vítima até o posto Texaco, latindo sem parar. Certa vez levou umas bengaladas que o deixaram bem machucado. Seu dono não teve dúvidas, foi ao juiz de direito dar queixa. Não deram a “mínima”! Na próxima edição o jornalzinho trouxe na primeira página, como manchete o acontecimento com o título: “Justiça P…” Foi apreendido o jornal. Naquela semana não ganhou nada, coitado do João Leite.
Bem… Belelém… bate o sino da igreja de São Benedito… não dá pra esquecer. Amanhecendo… a procissão do “Encontro”. A imagem de Nossa Senhora encontra a imagem de Cristo ressuscitado. Dona Sandra Mussi, como Verônica. Toda de preto, véu cobrindo o rosto, canta uma música belíssima com uma voz cheia de encanto. Um belo teatro! Emoção sem tamanho! Momento de magia! Daí segue a procissão até a igreja Matriz para a missa. Bate o sino… chama o povo para a reza.
Lá está a imagem bonita de Nossa Senhora do Pilar, representando a luz que iluminará sempre Antonina, esperando de seu povo bondade, trabalho, solidariedade é fé cristã. Amor, amor e amor. Amém.

Laura Veiga de Camargo, capelista autêntica, viúva de Geraldo, mãe de Geraldo Leão e Rafael Camargo, artistas criativos, e Alexandre, empresário.

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Imagem de Nossa Senhora do Pilar, em frente a igreja Matriz.

Fonte: http://www.gilsoncamargo.com.br/blog/?cat=9

Um comentário:

  1. Saudades, obrigado Professora Laura.

    Uma cidade tão bonita como nos mostram essas fotografias e tão mal cuidada pelos seus municípes e poder público. Leio muitas reclamações sobre o lixo em Antonina, dou-lhes uma idéia, esta cultura do caminhão do lixo passar de dia, só causa confusão; o poder público deve fazer a coleta de lixo na madrugada; os municípes poriam os seus lixos para coleta entre às 21:00 hrs até às 22:00 hrs, quem por lixos de dia, os fiscais do meio ambiente o multariam, e não deve existir paradas da coleta de lixo, como acontece em Antonina, em fim de semana e feriados. Quanto ao comércio em geral que trabalham com produtos orgânicos, devem contratar um empresa para recolher os seus resíduos orgânicos, havendo por parte do poder executivo um redução do ISS, para este nicho de mercado.

    Enviei na data de hoje, este e-mail para o blog "não oficial" com este reclame; que peço a anuência do proprietário do bacucu com farinha que o publique; se não, que o corte do texto.

    Parabéns, obrigação cumprida, esta eu já posso tirar do meu check-list, as outras ainda estou aguardando, mas sou um homem de esperança.

    Sei que não é um blog oficial da Prefeitura Municipal de Antonina, mas tem "coisas" que penso ser importante uma intervenção rápida do poder executivo, pois, "quem não dá banho no seu cachorro, acostuma-se com o seu cheiro", explico: há tempos os terrenos não habitados de Antonina, estraggam com a estética da cidade e nenhum prefeito até o momento tomou uma iniciativa de inibir estes proprietários "sugismundos" - esta é antiga -, a prefeitura tem que penalizá-los. Então, como eu não sou homem só de mostar problema, calco minha solução também:

    Terrenos baldios devem ser limpos e fechados.

    “Estes terrenos baldios abandonados em Antonina acabam se tornando esconderijo para bandidos praticarem assaltos às casas próximas, estupros, entre outros crimes. Além de promover mais segurança, o prefeito deve enviar um projeto de lei para a câmara municipal, para evitar epidemias que possam ser causadas pelo lixo jogado nestes espaços. E, também que preveja que os terrenos não habitados sejam obrigatoriamente vedados com um muro de altura mínima de 2 metros; drenagem e limpeza do terreno e o aparo regular da vegetação rasteira.

    O proprietário também deverá promover a conservação da vegetação de porte arbóreo e de mudas de árvore. Terrenos baldios malconservados contribuem para a redução do valor venal dos imóveis circundantes, uma vez que prejudicam a paisagem do bairro e da cidade, o que significa uma grande injustiça com os donos das propriedades vizinhas".

    Antonio Gomes Bento

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