quinta-feira, abril 14

SITUAÇÃO DOS DESABRIGADOS EM ANTONINA - PARTE II

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Fortunato Machado Filho

13 de abril de 2011 17:39
Para: Bacucu com Farinha
XLI DIAS APÓS... A AUDIÊNCIA PÚBLICA?
"Eu não sei quase nada, mas desconfio de muita coisa"
(Grande sertão: veredas)
Por: Fortunato Machado Filho (13/04/2011)

Como em todo início de ano, 2011 amanheceu tomado por uma catástrofe considerada a maior de todas em Antonina e em Morretes. Mortos e desabrigados, paisagens desoladoras, regiões incomunicáveis e inacessíveis, ou seja, um caos generalizado fruto das chuvas convectivas, as temidas trombas d’água, verdadeiro tornado, no qual se tem chuvas intensas em curta duração, muitas das vezes, superiores à capacidade de suporte da bacia hidrográfica e das encostas de morros.

O certo é que, em razão das características naturais da região litorânea, infelizmente e independente de qualquer coisa, a gravidade do fenômeno seria inevitável, ainda que atenuável, situação que nos exige consternar com as famílias atingidas e refletir sobre as causas, conseqüências e ações passíveis de serem efetivadas no intuito de se evitar novas tragédias ou, ao menos, minimizar fatalidades.

Ocorre que ao contrário disso, alguns desavisados, outros aloprados e outros tantos oportunistas trataram de buscar culpados, politizando, inoportunamente, esta tragédia e partem para politicagem, aproveitando-se da fragilidade e da comoção do momento.

Triste é saber que no meio desta “população aloprada, desavisada e oportunista”, além dos "ecofinanciados" de plantão, têm-se, também, blogueiros tendenciosos, alguns dos quais, inclusive, mestre em desinformação. Óbvio que atitudes como estas não mais espantam os intelectuais de nossa época, pois é típico dos segmentos desprovidos de argumentos o apelo constante, na tentativa de desqualificar as propostas e argumentos da opinião balizada, quando não os próprios profissionais que as proferem.

Sob este prisma, torna-se interessante observar a existência de algo em comum no que tange aos aspectos fisiográficos nas regiões onde aconteceram as últimas tragédias naturais e em Antonina, quais sejam, o Vale do Itajaí em Santa Catarina, Angra dos Reis e a região serrana fluminense. Em geral elas são relativamente intactas desde o topo do morro até as nascentes, com níveis de proteção muito acima daqueles exigidos pelo Código Florestal. Em comum, ainda, estas regiões possuem solos rasos e litólicos (muitas pedras no meio da camada de solo), um alto índice de pluviosidade, situam-se em regiões costeiras e suas bacias hidrográficas apresentam baixa capacidade de estoque de água.

Óbvio que, mesmo que as características acima tenham o condão de explicar o motivo pelo qual regiões protegidas também não foram poupadas da indigitada tragédia, este episódio cria, de forma lamentável, uma insegurança não somente na população atingida, mas em todos já que não conseguem deixar de imaginar o que poderia ter acontecido se não houvesse proteção na área atingida dado o tamanho deste estrago.

Agora, não adianta procurar culpados, acusar governantes, reclamar da falta de planejamento urbano e de cuidados com o meio ambiente. Já foi.

Somos todos responsáveis, somos todos vítimas. É uma estupidez querer fulanizar, partidarizar ou politizar as tragédias, depois de 41 dias, em "audiência pública" com o claro intuito de expiação junto aos seus eleitores, pois nem solidaridade prestaram aos seus representados nos diversos abrigos. Isto posto, não nos causa espanto que, por exemplo, a regulação dos preços de suprimentos e mantimentos considerados como de primeira necessidade por parte deste status quo que ai está não seja realizada pelo poder publico – pois como já se sabe o preço de 20 litros de água chegou ao surreal valor de 40 reais, em meio à catástrofe em Antonina.
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Comungando com o que conclama Bertoltd Brecht "Nós vos pedimos com insistência: nunca digam ‘isto é natural’ diante dos acontecimentos de cada dia". Contudo, que o espanto e a não naturalização seja o da indignação daquele que não se resigna, como defendido por Darcy Ribeiro, e não o espanto do incapaz de lembrar.

Descobri que muitos deles, antecipando-se a qualquer inquérito e com toda facilidade, já encontraram os culpados por tudo. Eu sei que vivemos no país dos linchamentos morais, mas deveríamos, por respeito aos mortos, guardar um pouco de silêncio e pudor, evitar a politização da tragédia e esperar pelos resultados das investigações técnicas. Quando, aí sim, os responsáveis deverão ser punidos com todo o rigor e até as últimas conseqüências.

Canduca fez o que se espera de um governante nessas horas difíceis: a manifestação “in locum” de solidariedade às vítimas. Ao contrário de outros políticos antoninenses eleitos, que evitaram ter a imagem associada a qualquer ocorrência trágica, o prefeito Canduca em 05 dias deu mostra de que não é um deles. Os bombeiros e homens da Defesa Civil de Antonina contaram com grande número de voluntários na árdua e exaustiva rotina de trabalho iniciada no dia 12/03. Meninas, meninos, homens e mulheres, ajudaram em tarefas que vão desde a busca de corpos até o auxílio a desalojados e desabrigados. Vários ajudaram no trânsito e informaram aos motoristas quais vias estão interditadas. Alguns voluntários são moradores das comunidades atingidas pelos deslizamentos. Todos trabalharam sem descanso para ajudar o próximo. Todos de sã consciência sabiam que: "Sei que não vou conseguir mudar (a tragédia na) nossa cidade... Mas que tento, tento: ajudando; acolhendo; alimentando; se solidarizando...com os desabrigados".

Lamentavelmente, no vídeo acima, o autor(a) vê na presença do Prefeito Canduca nos locais da tragédia, somente um motivo para desfiar picuinhas críticas. No geral, a mídia antoninense - não generalizando -, conservadora e comprometida, politiza qualquer tragédia, exercitando um tipo de jornalismo que nada acrescenta, e que passa ao largo da solidariedade. Assim, a chuva em Morretes é obra de Deus, em Antonina é culpa do Canduca!

Entre outras inúmeras demandas, um pacto ético é urgente para colocar Antonina no rumo da civilização.

9 comentários:

  1. BLABLABLABLA DE QUEM NÃO MORA EM ANTONINA!!!

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  2. Palavras bonitas , mas não condiz com a realidade..cara larga mão de ser puxa saco... ninguem o culpa pelas gdes chuvas e deslisamnetos e sim pela morosidade de como está sendo tratado o caso..isso sim ..é só ver melhor!! o video mostra imagens do MAGNIFICO prefeito com ar de descaso, qrendo colocar o povo pra morar na vila da COPEL,e...realmente BLABLABLA DE KEM NÃO MORA NO NOSSO REINO VEM A PASSEIO SÓ QUERENDO SABER DAS FOFOCAS, NÃO VIVE NOSSA REALIDADE,!!! VENHA MORAR PRA CA NESSA GESTÃO AINDA AI, VERÁ E SENTIRÁ NA PELE O QUE ESTAMOS SENTINDO!!!

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  3. um VIVA atrasado pra Sra Richa que acabou com a folia deles, de guardar as cestas básicas para as reelições..hehehe

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  4. Ah! queremos saber da prestação de contas da grana depositada na conta da PROVOPAR heim???? rsrsr..se não pode ficar para o carnaval, passeios no Rio e outras coisitas mas!!!abçss

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  5. Neuton, o seu blog está muito pesado. O computador demora pra carregar - precisava aliviar um pouquinho a página de rosto (uma sugestão- tira esse fundo horroso)

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  6. Neutinho, faça um favor aos desabrigados de Antonina, pare de beber na companhia desse cara! Daqui a pouco estará sofrendo de "delirius tremen".

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  7. Antonina tem um pessoalzinho que adora desqualificar qualquer pessoa que emite opinião. Esse tipo de gente se acha dona de Antonina, tanto que em cada eleição não perde o pudor de vende-la a qualquer um por um mísero punhado de moeda e depois a troca por um carguinho no serviço publico. Opinião para essas pessoas não existe, pq não sabem formá-la, por isso metem o pau em tudo e em qualquer um porque se acostumaram a só olhar para o rabo dos outros,mas não são capazes de tirar o matinho da frente das suas casas.

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  8. A oposição em Antonina ainda não cortou os pulsos, por incompetência de encontrá-los.
    — Carlos -

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