quinta-feira, setembro 29

Qual o verdadeiro sentido da expressão "laranja", na política antoninense???

O amigo navegante Fortunato Machado (Natinho), envia e.mail ao BcF mostrando claramente seu ponto de vista... e também, uma prévia do que poderá acontecer nas próximas eleições municipais antoninense...

_____________________________________________


O que se viu, o que se vê será diferente do que se verá em Antonina?
 
Fortunato Machado Filho 
 
"A condição do fortalecimento da democracia em Antonina encontra-se na politização das pessoas, que devem deixar o hábito (ou vício?) da cidadania passiva, do individualismo, para se tornarem mais participantes e conscientes da coisa pública".


Polêmicas à parte, contestações omitidas, divergências superadas, oh, singela utopia, estamos a pouco mais de um ano das eleições municipais e a desenfreada corrida para as filiações (e desfiliações) partidárias, com muitos tapetes sendo ardilosamente colocados (para serem puxados), surpreendendo, acordando quem cochilava de touca, mantinha cachimbo aceso e mesmo dormia de botina. Atentos políticos, mais profissionais que amadores não permitem equívocos em sua trajetória e vão deixando atônitos pelo caminho (leal ou deslealmente) abrindo novos caminhos – até atalhos -, para romper adiante e consolidar posições numa prévia que permite antever o que será a disputa eleitoral de 2012. Previsões apenas, mas previsões que levam a erros, e possam desembocar em acertos, dada a fragilidade da ação de alguns, despreparados, neófitos e sem qualquer possibilidade de bem representar o povo.

Analisando o todo que se apresenta vê-se que o melhor dos regimes – a democracia – é a centelha da permissividade, para onde acorrem muitos sem condições, justamente pela ineficácia da maioria em não atender ao chamamento da própria democracia, colocando os seus nomes a disposição do eleitorado. Por não interessar-se pelo preparo de seus filiados candidatos, os partidos fazem vistas grossas à preparação de seus pré-candidatos, quando deveria ser ao contrário. Líderes partidários valem-se do populismo de alguns para consolidar posições, amealhar vantagens (Tiririca é o exemplo) e no âmbito municipal há muitos "laranjas" que são lançados simplesmente para serem usados por legendas que vagueiam em disputas “altamente democráticas”.

Houvesse preparo de pré-candidatos a vereador, por exemplo, os partidos poderiam usufruir das oportunidades que órgãos técnicos como a Eleg-Pr - Escola do Leg
islativo do PR -, ligada a UVEPAR, União dos Vereadores do Paraná, principalmente para abrir um pouco a mente e a visão de quem almeja representar o eleitorado e que terá a oportunidade de compor o poder legislativo municipal. Os partidos se acham auto - suficientes - seus líderes, donos da verdade – e ficam a mercê de comandos igualmente despreparados, seguindo determinações encomendadas como se marionetes fossem – dependentes por inteiro de acordos da cúpula.

Nessa corrida indigesta (alguns acham linda, incomum e benfazeja) vivida nos dias que antecedem o fim das filiações partidárias permitimo-nos alegar que inexiste bom senso. Todos, sem exceção estão apressados, querem dar nó em pingo d’agua, quando o certo e coerente seria – não caminhar tão depressa para não demonstrar medo e tampouco tão devagar para não parecer provocação. Mas não é isso o que acontece. Essa pressa e aceleração contínua da maioria dos líderes políticos em busca de partidos e partidários colocam em desassombrada disputa quem esteve sempre em lados opostos e mesmo quem se agrega para esperar uma oportunidade futura – a qualquer custo (ou preço) -.

Quem até outro dia estava em posições antagônicas passa a respirar o mesmo ar, ocupando o mesmo espaço e sob bandeiras de mesmas cores.

Daí porque abordamos no título desse texto O que se viu, o que se vê será diferente do que se verá em Antonina? Polêmicas à parte, contestações omitidas, divergências superadas – e nos permitimos exclamar: oh, singela utopia! E assim o é, porque em terra abençoada como a nossa os ódios acabam na porta da igreja, do banco ou da prefeitura. Pensando bem, sempre foi assim – em todos os regimes – principalmente no democrático, onde se engolem sapos e fica o dito pelo não dito, com pedidos de desculpas e tapinhas nas costas.

Nesta hora importante em que as disputas se acirram é preciso pensar em não descrer da utopia e lutar (cada qual a seu modo) para construir sociedades em que as pessoas possam ter maiores oportunidades, serem felizes, minimizando necessidades individuais. As utopias de que falamos nada mais são do que verdades prematuras, verdades do amanhã. Há momentos em que as utopias não serão quimeras, mas verdades antecipadas, e, por isso mesmo, há que se aspirar e esperar que isso aconteça, apesar de tudo; das leviandades cometidas por maus (ou bons?) políticos que se valem de todas quantas sejam as armas e não analisam os traumas causados pelo hostil comportamento para conseguir atingir os seus objetivos pessoais para parecerem rápidos no gatilho, ligeiros na ação e atingir objetivos nem sempre coerentes, mas politicamente corretos, segundo o seu entendimento pessoal. Política, já dizia político sagaz desse interior brasileiro “é a arte de vencer sempre, sem se deixar vencer jamais; todos aplaudirão sempre as vitórias, até os vencidos, tentando entender porque e como perderam”.

O endeusamento de alguns líderes comunitários unicamente para levar vantagens em períodos pré-eleitorais compromete não apenas os partidos, mas principalmente a comunidade, porque os meios utilizados por políticos “caprichosos” e mais experientes “esculpem” como belas estátuas os seus parceiros de trincheira, e, passada a refrega eleitoral ficam com um elefante branco nas mãos, entre os seus pares – onde quer que o coloque ele estará incomodando. Há, em qualquer parte do mundo “obras esculpidas” que não se acomodam e sequer ficam bem onde colocadas. É como “Mateus parido que não se acomoda em qualquer berço – quer sempre uma rede para descansar, uma cama King-size para estrebuchar, piscina olímpica para nadar de braçadas, utilizando espaços que, afoitamente foram-lhe entregues para uso indevido. Nessa hora posterior os que pariram Mateus e que deveriam ser responsáveis por embalar o berço fazem-se de desentendidos e querem que a comunidade por Mateus se responsabilize e dele tome conta.

Esta análise remete-nos à Shakespeare, quando em sua bela e inolvidável dramaturgia “Mercador de Veneza” permitiu-se exclamar: “oh, que formosa aparência tem a falsidade”. Esta desenfreada corrida por filiados e partidos vemo-nos diante de um impasse onde se vislumbra místicos e mágicos que se toleram como se espécies de caricaturas fossem. Entretanto, o meio político – imagina-se - não se compõe nem de místicos, nem de mágicos, mas de profissionais em atividade permanente e exaustiva (principalmente para os de fora) na defesa de interesses pessoais (ditos coletivos). A imaginação, entretanto é falha, tortuosa, desgastante, todo grande político tem, no bom sentido uma pitada de místico, porque a profissão (em nosso meio ela existe) é também um sacerdócio, e uma pitada de mágico porque tem de ter criatividade, nem sempre imperando o bom caráter, esbanjando malabarismo, acrobacia, sobretudo tagarelice e sempre mais de uma cara.

Aparenta sempre ser um semeador de clareza o político profissional, quando na maioria das vezes o engodo é a marca indelével que fica em sua caminhada de sucesso (pessoal, só seu) que deveria ser de toda a comunidade, pelo bem de todos, com transparência de atos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

COMENTÁRIOS SOMENTE COM CONTAS NO GOOGLE