BACUNAUTAS NA REDE...

Pelo amor de Deus! Salvem a nossa juventude.

"...TEMOS GUARDADO UM SILÊNCIO BASTANTE PARECIDO COM A ESTUPIDEZ..." - Anônimo antoninense

A cidade de Antonina vem vivendo nestes últimos anos um drama que as autoridades municipais, diga-se: Poder Executivo, Poder Judiciário, Ministério Público e polícias Civil e Militar insistem em ignorar há muito tempo, a falta de políticas públicas voltadas para a juventude e o combate aos elementos de degradação desta importante e grande parcela da população antoninense.Problemas de toda ordem vem vitimando centenas de jovens e crianças diariamente em Antonina. Basta uma simples visita a algumas praças e bares da cidade para nos depararmos com graves e preocupantes questões que vem degradando a juventude antoninense: tráfico e consumo de drogas e álcool, prostituição infanto-juvenil, aumento no índice de furtos a residências e ao comércio, tendo como autores destes delitos em grande parte menores de idade, tudo isto com a conivência e omissão das autoridades locais, que insistem em ignorar um problema que de tão público e notório chega a ser criminosa tal omissão.Culpar a própria juventude pela sua degradação e problemas de toda ordem é tarefa fácil, que alguns homens públicos costumam usar para fugirem de suas responsabilidades. A triste realidade que afeta grande parte da juventude antoninense, deixou de ser há muito tempo um problema somente familiar, para se tornar uma responsabilidade de todos. Estamos entrando em um círculo vicioso no qual a família erra, a escola se omite e o poder público só pune e nunca proporciona oportunidades. E o que mais falta em Antonina é oportunidade a jovens e crianças.Antes de julgarmos e condenarmos esses jovens é necessário que façamos uma análise do contexto sociocultural em que estão inseridos. Antonina está cheia de peculiaridades que proporciona um ambiente fértil a dispersão do tráfico de drogas, da prostituição infanto-juvenil e de todos os outros problemas anteriormente já citados.A cidade parou no tempo, em todos os sentidos. Há quase três décadas seu aspecto urbano e econômico é o mesmo. O poder público não cumpre o seu papel de proporcionar a essa grande massa de jovens as mínimas e decentes oportunidades de emprego, de profissionalização e opções de lazer e cultura.Praças de esporte e lazer, tomadas pelo mato e escuridão, se tornaram pontos de encontro para o consumo de entorpecentes e ambiente pouco recomendável às famílias de Antonina, acuadas tantos pelos usuários como pelos pequenos, mas eficientes traficantes de drogas. Exagero? Não; basta uma simples visita as praças da cidade após as 21h00, para constatarem o que todas as autoridades conhecem, mas pouco ou nada fazem para mudar esta triste e lamentável realidade. Vale ressaltar que uma dessas praças é a famosa e antiga Praça Coronel Macedo, que por acaso fica quase em frente ao Fórum de Antonina, sem falar na perigosa Praça Romildo Gonçalves Pereira.Escolas que antes eram símbolos da educação pública de Antonina, hoje mais parecem jazigos de cemitério, aonde estão sepultadas as memórias de uma boa educação que há muito tempo deixou de existir.Os bares se tornaram a única opção de lazer e diversão da juventude do município. Somente na Avenida Dr. Carlos Gomes da Costa, a principal da cidade, existe aproximadamente 05 estabelecimentos desta espécie, em uma extensão de pouco mais de dois quilômetros; lembrando que quase todos, sem o devido alvará de funcionamento. Estes bares inclusive freqüentados por algumas autoridades locais, são conhecidos pontos de venda de drogas, as populares "boca de fumo" e pequenos prostíbulos com a presença de jovens e crianças, tudo aos olhos da polícia, do Ministério Público e do Conselho Tutelar, este último, elemento fictício, sem muito apoio para sua real função.É necessário urgentemente implementar uma ação conjunta do poder público e sociedade para revertermos esse triste quadro que se desenha em Antonina. As polícias civil e militar, o poder judiciário e principalmente o Ministério Público precisam sair de seus estados de inércia e omissão para implementarem um verdadeiro e efetivo combate ao tráfico de drogas e a prostituição infanto-juvenil, que estão semeados por toda a cidade, com a prisão dos responsáveis e o fechamento definitivo desses tipos de estabelecimentos.Já o poder público precisa cumprir com seu papel, proporcionando aos nossos jovens, oportunidades de profissionalização e emprego, opções de lazer e cultura, seja com a instituição de escolas profissionalizantes, além da recuperação dos espaços públicos abandonados, criando escolas de iniciação esportiva, oferecendo-lhes opções verdadeiramente culturais, como aulas de música, dança e tantas outras atividades que possam resgatar o jovem antoninense de seu estado de desespero e desolação. Do contrário esse pedido de socorro se transformará brevemente em gritos de desespero de famílias degradadas pela violência, e gritos de alerta para as não só cegas, mas surdas autoridades locais.

Fortunato Machado Filho
Bacharel em Filosofia