quarta-feira, janeiro 28

PORTO DE ANTONINA...

Repercussão Para sindicalista, 'gurizada está certa e tem que cobrar mesmo'
Texto publicado em 27 de Janeiro de 2009 s
da Reportagem PortoGente

O presidente do Sindicato dos Estivadores de Antonina, Aroldo Cezar da Costa, veio a público apagar o incêndio causado pela matéria "Eles só querem filé", publicada pelo PortoGente na semana passada e que traz duras críticas do secretário do próprio sindicato, João Carlos Shtorache, aos estivadores mais novos, que em sua opinião só chiam e “não querem ir para o buraco (porão)”. Aroldo dá razão aos portuários, que reclamam da falta de navios e de trabalho no porto paranaense.

“A gurizada está certa e tem que cobrar mesmo, procurar os meios de comunicação para mostrar que a situação não está fácil. Perdemos muitas cargas e só agora o porto dá sinais de que vai se reerguer. Tem estivador que está atuando em outro emprego, outro ramo, para manter a renda. A sorte é que nosso quadro é pequeno (165 homens) e boa parte tem outro emprego, sabe fazer outra coisa. Mas isso há de mudar, e logo”, reconhece o presidente da Estiva de Antonina.

Números da Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), autarquia que administra os dois portos do Paraná, provam que a situação não está fácil, em especial no segundo complexo. Em 2007, o cais de Antonina movimentou 626.224 mil toneladas de cargas, enquanto em 2008, ano em que a crise mundial só se manifestou nos últimos três meses, a retração foi de 57%. Passaram pelas mãos dos portuários 269.577 mil toneladas, a maior parte de
congelados e fertilizantes.

Os estivadores locais sentem na pele o que representa essa expressiva queda na movimentação de cargas. Por isso, vários comentários surgiram no PortoGente na última semana, sendo quase todos de repúdio ao que foi dito por João Carlos Shtorache. Um dos mais descontentes com a situação é o portuário avulso Elmir Fernandes Ribeiro, de 44 anos. Casado e pai de dois filhos, ele é um dos tantos que paga suas contas graças aos bicos, pois se dependesse do porto, a família estaria quebrada.

“A situação aqui é das piores. Em dezembro só um navio atracou. Em janeiro, a primeira embarcação só chegou na semana passada. Há três anos, tinha congelado de sobra em Antonina, além de muita carga seca. Só que isso foi sumindo pouco a pouco e no ano passado a carga desapareceu de vez. Aí vem um diretor e me diz que a culpa é dos estivadores novos, que só sabem reclamar? Nosso problema é muito maior que uma reclamação. É um porto que está muito mal das pernas”.

Por sua vez, o presidente da Estiva reconhece que um dos problemas que fizeram os navios sumirem do porto foi a falta de manutenção do calado. A dragagem, tão festejada em outros portos brasileiros, nunca saiu do papel em Antonina e, hoje, o porto só recebe navios com pouco mais de sete metros de profundidade. Ou seja, as principais cargas rumam para Paranaguá e deixam sem função o porto que fica a 77 km de distância da capital Curitiba.

“Com a troca de prefeito e a troca de superintendente na Appa, a gente espera que a situação se resolva e os estivadores tenham trabalho novamente. A autorização para a dragagem do porto, divulgada nos últimos dias, vai mudar nossa vida. Eu tenho certeza de que a categoria vencerá isto mais unida do que nunca. Os novos estivadores, que entraram por meio de concurso público, têm razão. Os antigos, também. Somos um só e todos sofremos com as brigas”, diz Aroldo, de 81 anos.

Só que as notícias que trazem esperança para Aroldo são sinônimas de descrença para o estivador Elmir Ribeiro. Ele conta que, em 2008, a situação da dragagem foi tão crítica que um navio precisou ser abastecido com ferro por meio de barcaças, pois se ele fosse ocupado com a mercadoria no berço de atracação, poderia sequer sair do porto. Sinal de um porto que precisa de manutenção e, por que não, expansão.

“Tenho amigos meus que se cansaram de esperar por algo novo aqui e foram para Paranaguá, trabalhar de forma vinculada em terminais. A estrutura é sensacional, mas de que adianta tudo isso se o Governo do Estado e o governador Roberto Requião não estão nem aí para Antonina e a única utilidade do porto, hoje, é mandar congelado para a Rússia? Navios de bobina nem entram mais aqui e vamos ficando à margem do desenvolvimento. Mas, até quando?”, indaga o estivador.
(Colaboração: Carlos Martins)

5 comentários:

  1. Embora não seja nascido em Antonina, gosto muito dessa terra. Antonina sempre teve manancial de empregos não muito explorado.
    A Administração que agora começa têm pessoas de visão, atentas às oportunidades que poderão levar Antonina a encontrar sua verdadeira vocação, predominantemente turística.
    Tive oportunidade de conhecer o Sr. Secretário da Cultura, pessoa jovem, mas de grande perspicária. A se ter por referência as qualidades desse Senhor Secretário, parece que Antonina terá ótima equipe de homens públicos a regerem metas que a levem a exponenciar suas verdadeiras possibilidades.

    José Carlos Brochini
    Procurador da Fazenda Nacional.

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  2. comentário nº 1:- desculpem o lapso de grafia: quis dizer perspicácia.
    (perspicaz - que tem agudeza e penetração de vista; que vê bem; que tem agudeza de espírito; talentoso. cf. Novo Dicionário Brasileiro Melhoramentos - vol. III - pa´g. 683 - 1968 - Edições Melhoramentos.

    José C. Brochini

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  3. eu fui lá em pguá appa significa só paranaguá ou antonina e paranagua ou
    duvida suvi9doso

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  4. Nãop fosse a idiotsse do companheiro ,mas vai tomar no teu traseiro!!!

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  5. APPA é só marcar território aqui em Antonina

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