domingo, janeiro 18

TUDO OUTRA VEZ...






Por: Jeffe Picanço


Estava pensando em mudar o disco, mudar de assunto. Falar novamente das balas de banana, perguntar como anda o novo conselho tutelar, ou discutir o assoreamento da baía. Dentro da liberdade que o Neuton me deu pra publicar aqui meus textos, tinha um mar de infinitas possibilidades. Infelizmente, não deu.

“Em Antonina, você não precisa ir atrás das fofocas. Elas vêm até você”. Acho que esta frase ouvi pela primeira vez do saudoso Geraldo Leão, pai dos meus queridos Geraldinho, Alexandre e Rafael. Com a internet, já não é preciso nem ir à Antonina atrás das fofocas, elas vem publicadas nos blogs e nos jornais eletrônicos. Seu Geraldo Leão, tão delicioso e bonachão, que sempre nos parecia feliz com a vida, já não está entre nós. Pena. Era sempre bom ouvi-lo, com seus chistes e piadas. Saudade de um tempo bom e ingênuo que só a infância nos proporciona.

Ontem, ao abrir o Vox Populi Antoninensis, fiquei surpreso com um “caco” inserido em um texto meu, anteriormente publicado aqui no Bacucú com Farinha. Alguém por lá usou meu texto para mandar algum “recado” ou cobrar uma “vendetta” de alguém. Vendetta, em italiano, significa “vingança”. É assim que os mafiosos chamam uma sentença de morte contra alguém que contrarie seus interesses.

Quais interesses? A quem estaria incomodando? Apenas tenho um modesto blog, o Urublues (http://jd.picanco.zip.net/), no qual posto algumas crônicas, as fotos que tirei em minhas viagens pelo Brasil, algumas poesias minhas e de poetas que gosto. Com um ano no ar, tenho o orgulho de apresentar 11.000 acessos até o momento. Publico, desde novembro, crônicas semanais aqui no Bacucú com Farinha, o que muito me honra, dada a repercussão que este blog tem em minha amada terra.

Nestas crônicas procuro, com responsabilidade, apresentar sugestões e críticas para meus conterrâneos: coisas que aprendi viajando por este Brasil afora, conhecendo terras estranhas. Por vezes, coisas que aprendi convivendo com ou administrando grupos de pessoas de culturas diferentes. Administre uma equipe multidisciplinar com catarinenses, goianos, baianos, paraenses e potiguares e tente fazer ela dar resultado, jogar como um time, focado em resultados. E, ainda por cima, gerar lucro para seu patrão. E depois me conte.

Não gosto de fofoca. Ela joga uns contra os outros, gera atritos desnecessários, turva o sempre necessário diálogo. Pra trabalhar e dar certo, tudo tem que ser às claras, transparente. Rasteiras, então? É quando alguém não tem mais argumentos e ataca pra machucar, pra ferir. Desespero puro. Pra quê? Provar que estava certo? Provar que é mais forte? A primeira vitima de rasteiras é o grupo: sem confiança, a equipe morre. Vi muitas equipes vencedoras serem desmontadas a partir de dentro, por excesso de orgulho e vaidade de seus componentes. Uma pena.

Já disse e repito: não sou porteiro da verdade nem guardião da moral. Cometo aqui e ali meus deslizes, não sou príncipe na vida, como diz o Alberto Caieiro do “Poema em Linha Reta”. Por outro lado, não tenho medo de críticas nem de caras feias, isso não me diz nada. Quero distância de gente afogada em bílis. Viva e deixe viver, é minha filosofia de vida. As críticas e caras feias passam.

O que fica são saudades de gente boa, de bem com a vida, como seu Geraldo Leão, que me ensinaram, com alegria e bom humor, que a vida é só esta. Ela é curta. Temos que vivê-la em paz e dignidade, longe das fofocas e baixarias.

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