sexta-feira, fevereiro 27

EM ANTONINA, O SAMBA NÃO PARA...

Grupos de moradores organizam shows de samba e noites de seresta, que seguem mesmo depois do carnaval
27/02/2009 00:14 Renan Colombo
Em Antonina, o ronco das cuícas e a batida dos pandeiros ignoram o fim do carnaval e ecoam para além dos dias de folia. A cidade tem uma programação cultural que oferece espetáculos de samba e música popular durante o ano todo.
Os responsáveis pelo atrativo calendário musical são os moradores, que se organizam em um grupo de samba e outro de seresta: Amigos da Carioca e Canto do Mar, respectivamente.



O carro-chefe do carnaval prolongado são as apresentações de samba, que ocorrem todos os sábados (exceto nos dias de chuva), a partir das 19 horas, na Praça da Carioca. O grupo é formado por 12 apaixonados por música brasileira, entre homens e mulheres, e, em sua maioria, autodidatas. “Como temos um carnaval forte, que tem escola de samba, somos bons de ouvido e aprendemos a tocar música com facilidade”, conta o aposentado Onamar de Castro, 79 anos, um dos percussionistas do grupo.

O grupo foi formado há três anos, a partir do interesse comum de um grupo de amigos. “Não há um grande marco. Foi algo espontânea”, esclarece Castro.
A qualidade do samba feito pelos antoninenses atrai muita gente de outras cidades e até de outros países. “Eu gosto muito de música brasileira e adoro as canções que tem palavras engraçadas”, revela o engenheiro francês Juseph Barcelo, 55 anos, que passava as férias em Curitiba e aproveitou para conhecer o Litoral do Paraná.

No repertório dos Amigos da Carioca estão canções clássicas, de compositores como Cartola e Noel Rosa, executadas como manda o figurino dos tradicionais sambistas: com todos os músicos vestindo roupas e sapatos brancos. O público, embora não esteja uniformizado, também participa da cantoria. “Quando estamos tocando, sempre perguntamos se alguém quer cantar uma música ou declamar uma poesia. Muita gente aceita e se apresenta. É assim que gostamos de interagir com a plateia”, explica Castro.

Outra forma de agradar os espectadores é incluir canções famosas no repertório. “Sempre sai um bolero e algumas músicas sertanejas. A ideia é fazer um som bem popular mesmo”, conta o percussionista.

Noite de Seresta

No primeiro sábado de cada mês, a noite de samba é incrementada com a apresentação do grupo Canto do Mar, que dá o ar da graça logo que os Amigos da Carioca deixam a praça – que é o ponto de partida da seresta.
Trajando roupas típicas dos anos 1950, os seresteiros, cerca de 20, empunham seus violões e circulam pela região histórica da cidade cantando para aniversariantes e demais moradores que solicitam a homenagem. Os mais fiéis encomendam uma placa personalizada (vendida por R$ 20), que é colocada em frente de casa, com o nome da canção favorita. Onamar, por exemplo, escolheu a música Chega de Saudade, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, e pode ouvi-la sempre que os seresteiros passam por seu bairro.

A noite mensal de seresta, que é realizada há oito anos, dura cerca de duas horas e sempre deixa o público pedindo bis, pois termina mais animada do que começou. “Na última casa que a gente visita, praticamente sai um baile, porque a turma toda se anima e começa a dançar”, conta o aposentado José Ismael dos Santos, 60 anos, um dos violonistas do grupo.
Músicos são orgulho local

Os sambistas e seresteiros enchem de orgulho a comunidade de Antonina. Nos dias de apresentação, é comum encontrar entre o público camisetas com o nome dos grupos – os Amigos da Carioca comercializam as peças como forma de custear a compra e o conserto de instrumentos.

O apoio também é manifestado com a divulgação das apresentações. Constantemente, a estação de rádio local e um carro de som anunciam os eventos e convidam moradores e visitantes a acompanhá-los. Também há cartazes distribuídos pelos pontos mais visitados da cidade.
A estratégia funciona. Para alguns antoninenses, os shows de samba são programa obrigatório. “Já assisti mais de dez vezes e sempre venho de novo. É gostoso porque a gente se distrai”, conta a aposentada Ruzina Alves de Morais, 66 anos, moradora de Antonina.

O clima romântico que se estabelece durante as apresentações também conquista muitos casais. “Ouvir um sambinha e uma MPB de qualidade é um programa ideal para se fazer a dois”, afirma o comerciante Antonio Pupo, 50 anos, que costuma acompanhar os shows na companhia da esposa, Sônia, 50 anos, outra das antoninenses apaixonadas pelo ritmo.

5 comentários:

  1. BACUCU,

    VAMOS FIXAR E DIVULGAR A IDÉIA:-
    "ANTONINA, CAPITAL DA MÚSICA !!!"

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  2. AESTUR(ASSOCIAÇÃO DOS EMPREENDEDORE DE SERVIÇOS TURÍSTICOS DE ANTONINA):
    apenas para constar que o PROJETO MÚSICA NA RUA,da AESTUR, termina dia 28/02(sábado),e que existe um entendimento com o SESC-PR(patrocinador) para estende-lo e termos mais um atrativo para os nossos turistas.
    ORLANDO/DIR.COMUNICAÇÃO

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  3. O samba não para,mas e quem quer descansar?Não venham aqui para as bandas da associação da COPEL,pois o som é agudo demais e não deixam ninguém dormir.Haja paciência!Todas a sextas feiras é a mesma porcaria!!

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  4. Gostaria de saber o porquê a Filarmônica Antoninense não toca mais no Coreto da Praça Coronel Macedo? Já que a palavra RETRETA significa TOQUE DE BANDA EM PRAÇA PUBLICA.

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  5. Pois é, Tony, é o que alguém falou por aí... Como é coisa velha, tem que jogar fora... Jogar fora a água suja e a criança junto... TEM QUE VOLTAR A RETRETA NA PRAÇA !!! Secretaria de turismo, ACORDA, em vez que ficar arrumando 'chifre em cabeça de cavalo"

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