EU COMENTO - 24ª EDIÇÃO

Que me desculpem os puxa sacos de plantões, os quais dispenso uma desmedida dose de idiossincrasias. Aliás, diga-se de passagem – eta classezinha nojenta e imprestável essa!
Mas a verdade é que o Canduca está nos parecendo mais uma piada do que propriamente um chefe de executivo. Eu explico, eu explico para que não se crie ilações desenxabidas de que estamos aqui, por enquanto, na imprensa internética, objetivando promover implicância para o seu lado. Longe disso, logo, não fomos nós que o elegemos?

Acontece que o Canduca era o repositório de todas as esperanças dos quais sufragaram seu nome nas urnas de 2008, para que processasse incontinente a mudança imprescindível que os tempos atuais estão a exigir. Não que nós o achássemos um sujeito preparado. Por Deus, longe disso! Nunca tivemos essa pretensão! Esperávamos, sim, mesmo com todas as suas deficiências perceptíveis a olho nu, fosse ele administrar no mínimo com uma boa dose de bom senso, o que lamentavelmente nem isso ocorreu.

Volto a bater na mesma tecla da escolha do seu secretariado - pois achamos - e todas as pessoas de bom senso também, que é nesse ato que se projeta o raio-X de um administrador bem intencionado. Lamentamos ter que chegar a essa conclusão, mas ele não nos deixou outra escolha – está nos parecendo tão ruim e tão malicioso quanto os seus antecessores.

Atentem para esse detalhe: o setor mais preocupante que envolve os diversos problemas capelista é indubitavelmente esses jovens e adolescentes que estão aí à deriva, sem perspectiva do presente e nem de futuro. Há, entretanto, uma parcela considerável da população que não está nem aí para o problema; outra, fazendo a moda do avestruz; e a maioria, fazendo vistas grossas. Depois que não venham chorar o leite derramado!

Vimos alertando isso já há muito tempo, sem que nenhuma autoridade da administração se aperceba do grande risco que corre a sociedade antoninense se não olhar desde ontem com a absoluta seriedade para e esse fato que está aí se alastrando diante do nariz de todos.
Nenhuma autoridade, ou clube de serviços está dando a devida atenção, valor e o respeito que o problema requer. Fazem ouvidos moucos aos clamores desses jovens, que pedem somente oportunidade de uma vida digna com trabalho, e de um laser sadio.

Os que ainda tem seus pais com algumas posses, ao terminarem o segundo grau, vão embora daqui em busca de empregos e até mesmo dar continuidade aos seus estudos. E, os que não tem - os que são maioria, os que ficam, como ficam?

Dir-se-ia até com absoluta preocupação, que estamos todos sentados sobre um enorme caldeirão em ebulição prestes a explodir. Vocês já ouviram falar num ditado moral e sentencioso, muito popular que diz que, a ociosidade é a oficina do diabo? Pois bem, o que acham que esses jovens e adolescentes, sem empregos imediatos e, sem perspectiva de solução de seus problemas em curto e em médio prazo estão fazendo, além de enormes quantidades deles se prostituírem e se drogarem? Enganados ainda que foram por esses “políticos” em praça pública? Acham que estão quietinhos; resignados em casa ajudando a mamãe a lavar e enxugar louças em troca de um prato de comida, sem nenhum ressentimento contra essa sociedade egoísta e cúmplice desse status-quo?

Esperávamos, no entanto que o nosso burgo-novo-mestre, tivesse a sensibilidade de perceber esse fato, e nomeasse para a pasta da indústria e comércio, alguém mais preparado para enfrentar os desafios que se apresentam diante de todos – a falta de trabalho - de um projeto de revitalização das indústrias de pequenos portes, seguido-se de um outro novo projeto de recuperação do comércio local.

Que me desculpe o titular da pasta, pois tenho absoluto respeito pela pessoa humana que o é, mas, que não trás os requisitos mínimos que essa secretaria requer - e que o próprio tempo está a exigir agora, já!

O que nós sentimos é que o nomeado pelo Canduca não sabe nada de indústria, e nem tampouco de comércio – completamente apático e despreparado para o cargo tão importante exigido nos dias atuais.

E agora, cabe aqui uma pergunta: porque o Canduca o nomeou? Que compromissos tão fortes e escusos foram esses que deixou de lado uma juventude sedenta e decepcionada? O que a gente percebe é que o secretário está lá sentado, navegando em águas tranqüilas, recebendo o seu bom ordenado todo o final de mês, faça chuva ou faça sol, que, diga-se de passagem, pago com dinheiro suado deste povo sofrido que não tem às vezes nem dinheiro pra comer. Mas os secretários continuam lá se esfalfando com o dinheiro que recebe, sem querer saber das reais necessidades desse povo que só serve para pagar.

Quis Canduca enveredar-se por esses caminhos de compromissos fechados em gabinetes com os PT da vida, com os seus deputadozinhos, esquecendo que passamos rápidos de mais pelo tempo, e que este mesmo povo que o elegeu vai lhe dar o troco, assim como fez com o seu antecessor.
Nerval Pedro é escritor e comentarista.