quinta-feira, agosto 27

CABEÇA E CORAÇÃO...


Por: Jeff Picanço

Vivemos hoje no mundo da informação e da tecnologia. Neste mundo, tudo pode ser medido e quantificado. Claro que umas coisas são mais quantificáveis que outras. Um pão sovado é um pão sovado, um quilo de arroz é um quilo de arroz, um quilômetro de asfalto envolve quantidades determinadas de terra, areia, brita e betume.

Por outro lado, como medir a educação que nossos filhos recebem? E a qualidade da saúde? E a qualidade de vida? Para estes e outros fatos do nosso dia a dia que são intangíveis, isto é, que não podem ser medidos, existem alguns índices a serem levados em conta.
Já comentei diversas vezes aqui sobre o IDHm, ou o índice de desenvolvimento das Humano das Nações Unidas. Neste índice, que serve para avaliar políticas públicas e programas de desenvolvimento, nossa querida Antonina não está mal. Tem um IDHm médio, e é o 93° município do estado em termos de qualidade de vida, e o segundo ou o terceiro do litoral, se não me engano.

Foi amplamente documentado esta semana o IFDM (Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal), criado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro. É de se notar que neste índice Antonina está somente na 197º posição do ranking estadual, com índice 0,6790, bem abaixo do IFDM do Paraná, de 0,8074.

A novidade é que desta vez Antonina – só pra variar – está em primeiro lugar se considerarmos somente os municípios do litoral. Estamos pouca coisa à frente de Paranaguá (201º, IFDM 0,6782), e muito a frente dos demais.

Está tudo ótimo? Vamos entender: O IFDM leva em conta os indicadores de saúde, educação, emprego e renda. Antonina, com um IFDM moderado (0,6790), está bem longe de Londrina (IFDM 0,8634 e 51º lugar no Brasil). E está bem melhor que Guaraqueçaba (IFDM 0,5496, 395º entre 399 municípios). É a diferença entre um aluno que passa por média com nota 8,6, outro que pega recuperação com nota 6,7 e outro aluno que reprova direto com nota 5,4.
Uma outra coisa intrigante é o seguinte: números são apenas números. Na fria análise dos números, Antonina não é nenhuma brastemp, mas também não é uma caixa de dolé. Não é pra abrir um champanhe, mas sim tomar um cafezinho bem satisfeito e seguir a luta, que tem muita coisa pra fazer pela frente.

Como entender, então, que o juízo que nós, bagrinhos, fazemos de nós mesmos sempre seja negativo? Talvez se explique pela nossa riqueza no passado, talvez pelas nossas desgraças dos últimos quarenta anos, ou talvez nem Freud explique. Mas como já disse o filósofo e gênio da raça, Dadá Maravilha, o que interessa a todos nós não é a “problemática”, mas a “solucionática”.
Uma das partes mais importantes pra se alcançar um resultado positivo nesta equação, seja nos números dos índices, seja no sentimento das pessoas, é pela educação. Educação, educação, educação. Venho de uma família ligada à Educação há mais de três gerações e tenho uma vaga noção do assunto.
Não sei como anda a educação em Antonina, nem através de índices nem pelo sentimento das pessoas. Mas deve ir mal, como a do Brasil como um todo vai mal. Numa pesquisa feita no ano passado pelo Banco Mundial, aponta que o ensino brasileiro está entre um dos piores da América Latina (ver http://aprendiz.uol.com.br/content/sweslesedo.mmp ).

O Brasil ficou em 15º lugar entre 19 países, atrás de Bolívia, Peru e República Dominicana.
Que tal um novo pacto pela infância e pela juventude em Antonina, começando pela educação? Talvez este seja o início de uma real melhoria nos índices de qualidade de vida dos bagrinhos, seja com os resultados dos indicadores sociais seja o do sentimento da cabeça e o do coração. Nada temos a perder com isso senão nossa ignorância. E temos um mundo a conquistar...

Um comentário:

  1. Hoje fui levar um resultado da minha filha, que tem mielomeningocele, para que Dr. Adilson(pediatra) olhasse e me aconselhasse o que fazer, ele me disse que não podia, porque tinha outros afazeres. Não marquei consulta com ele as 6 horas da manhã porque o resultado do exame chegou ás 11,00hs. E o juramento desses profissionais? A saúde antoninense está mesmo no "NECROTÉRIO". Quanta gente no lugar errado...... Não se tratava de remédio para emagrecer, ou anticoncepcional, se tratava sim de um bebê, que se não medicado poderia ter sérias complicações, por se especial. Tudo escrito acima por Jeferson é muito certo, mas a realidade é outra.COITADA DE ANTONINA.

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