COMENTÁRIO DE UM BACUNAUTA...

O extremínio do Urubu antoninense.

(uma preocupação ambiental)

Enquanto os mais ilustres representantes da humanidade se reuniam em Copenhague para salvar o nosso planeta de uma catástrofe, aqui em Antonina estamos a fazer pouco caso das questões ambientais. Explicamo-lhes. Ao ver um urubu a espera de lixo no Mercado Municipal, em pleno domingo, senti que ia para o beleléu o pouco da camada de ozônio que ainda resta sobre meus neurônios.
Onde já se viu uma coisa dessas! Os urubus são elementos fundamentais ao desenvolvimento auto-sustentável do município. A história está aí para comprovar. Quem é que no passado limpava as nossas praias dos restos das pescarias, dos caranguejos pobres de ficavam no mangue, defronte do mercado e das tripas de peixes que ficavam espalhados na areia? Eles, os urubus. E no "lixão", quem é que ajudava a eliminar o lixo orgânico? Pois então.
Haverá em Antonina alguma ONG em defesa desses catartidiformes descendentes? Esses bípedes emplumados que nascem brancos e, na idade adulta, se vestem da plumagem preta do ofício tão meritório às gerações presentes e futuras. Agentes sanitários. São servidores municipais voluntários. Haverá alguma ONG, Wanda? Você, que é um urubuservadora juramentado das causas ambientais e defensora das minorias, diga algo a respeito. Quem sabe haverá alguma entidade, uma Urubu’s Watch? Existirá uma CUUT, uma Central Única dos Urubus Trabalhadores? Caberia uma ação popular? Uma Moção de Repúdio? Talvez a criação do Projeto Urubutonina para preservar a espécie e evitar-lhe a extinção? Pois, é o que vai acontecer, caso não se impeça o transbordo do lixo.
E, para nos judiar, no ano que vem, a taxa da coleta de lixo será aumentada! Cumplicidade moral no extermínio? Dormiremos de consciência tranqüila? Estamos exportando divisas, minha gente. O lixo é nosso e queremos preservar os nossos urubus. Conversei com o Helinho que, depois de considerar as relações de custo-benefício, sugeriu um projeto de adestramento dessas inestimáveis aves. Treiná-las para que transportem no bico (como fazem as cegonhas com os recém-nascidos) os sacos de lixo e só os abram em outras localidades. Aventou-se, en passant, no município de Guaraqueçaba ou em Tagaçaba, que hoje deve estar deserta, já que a população de lá veio toda para cá. Por que o município de Guaraqueçaba? Porque, no retorno, os urubus poderiam servir de pombos-correio e nos trazer notícias da cidade do nosso munificente Governador, para saber em quantas anda a construção do Hospital de lá.
Tantas, como são tantas as coisas que poderiam ser transbordadas de Antonina, Liminha... Cadê a oposição? Teria sido transbordada? O preço que se paga para o transbordo é justo? O que não se pode comparar não se pode compreender, certo? Quanto se paga em outras cidades que adotam o mesmo tipo de transbordo? Os fiscais do povo já viram as planilhas de custo? Há alternativas? Temos de impedir que os nossos urubus morram de fome, Neutinho. Você poderia compor um samba enredo ao urubu. Se não conseguir, serve uma marchinha de carnaval. Disso tudo, podemos concluir que Antonina está no bico do corvo (primo rico, distante, do urubu) no que diz respeito a desenvolvimento auto-sustentável. Transbordo do lixo? Como diria o urubu, digo, o corvo do Allan Pöe - "Never more".

Os copoanheiros - *Um brinde à cerveja, a causa e a solução de todos os problemas da vida!* –

Homer Simpson

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NOTA.:

Prometo fazer uma marchinha, mas, tenho certeza que a rima com urubu não vai dar certo... não vai mesmo. Ainda mais se tratando do povo antoninense, que, ultimamente só anda tomando no urubu. hehehe