quarta-feira, janeiro 6

SECRETARIAS DE OBRAS...




Por: Jeff Picanço

Antes de mais nada, um bom 2010 a todos. O calendário nos dá nesta época uma oportunidade de, na medida do possível, rever nossos passos, reconsiderar os caminhos, apontar alternativas. Tomar algumas resoluções de ano novo, quase todas de difícil aplicação prática, como começar a fazer exercícios, beber menos, e muitas outras. Mas, mesmo que estejamos apressados em recomeçar tudo do zero o ano começa mesmo só depois do carnaval. Não adianta.
Enquanto isso, leio um pouco. Estes tempos dei uma olhada no livro de Eduardo Marques, intitulado “Redes Sociais, Instituições e Atores Políticos no Governo da Cidade de São Paulo”, lançado em 2003 pela editora Anablume.

É um livro muito interessante porque coloca pingos nos “i”s de diversas questões importantes da vida pública. Analisando a secretaria de obras da prefeitura de são Paulo, do ponto de vista dos grupos de interesses formados desde os anos 70 até a gestão Maluf/Pita, nos anos 90, Eduardo Marques nos dá algumas dicas interessantes.

Em primeiro lugar, na análise efetuada fica bem patente a diferença entre governos de esquerda (Luiza Erundina, Mario Covas) de governos de direita (Olavo Setubal, Reinaldo Quadros, Janio, Maluf). Nos governos de direita os grupos de pressão estão situados de dentro da maquina publica. Os empreiteiros e demais atores desempenham nestes governos um papel fundamental, direcionando e decidindo as obras a serem feitas. Nos governos de esquerda o secretario de obras em geral tem um perfil mais técnico, e a decisão de obras tem um caráter mais político, com os grupos de pressão situados fora da máquina publica.

Outro mito desmontado é que os governantes não fazem nada pelos eleitores. Ao contrario, percebe-se, no trabalho de Eduardo Marques, que independente de partido ou situação no espectro político ideológico, os governantes trabalham em prol de suas promessas e compromissos de campanha. O eleitor de direita, em geral, atua de maneira dispersa e atomizada, requerendo obras de maneira clientelística, vinculado às trocas de favores com grupos de pressão e/ou atores sociais. Os eleitores de esquerda geralmente fazem sua pressão através de ONGs, sindicatos e movimentos sociais, exigindo um outro tipo de resposta por parte do poder publico.
O importante, segundo o livro de Eduardo Martins, é avaliar, num determinado tipo de governo, como foram costuradas as ligações entre a secretaria de obras de São Paulo e os diferentes grupos de pressão. Se estas pressões são clientelistas, você terá uma gestão clientelista. Se ela é participativa, assim será a cara do governo, e assim por diante.
Claro que é uma análise que vale para São Paulo, o coração dinâmico do país. Qualquer extrapolação para outro universo será temerária, e sujeita a imprecisões. Entretanto, como pensar isso numa prefeitura pequena, com grupos de pressão mais restrita e movimentos sociais mais débeis, como é o caso de Antonina?

Quais são as obras que a população demanda? Quais são os compromissos da gestão pública? Tudo isso e mais o perfil do secretario de obras, se mais político ou mais técnico, serão decisivas para analisar as políticas públicas numa secretaria deste tipo, de acordo com a análise de Eduardo Martins.

9 comentários:

  1. Eis um cidadão antoninense coerente.

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  2. Até agora, o aspecto mais visível de atendimento a clamor do povo, foi a compra de uma camionete com elevador para reparo na iluminação.

    O texto do vox populi bem demonstra o descalabro administrativo aqui do reino. (discordo do final do artigo)

    Se o Cronista souber de promessas de campanha que foram cumpridas, nos alerte, que não sabemos de nenhuma.

    O Cronista acende uma vela pra Deus e outra pro diabo.
    Entre o pessimo, o sofrível, o regular, o bom e o excelente, até no péssimo pode-se dizer que o administrador eleito fez e faz alguma coisa.
    A questão é outra:- com dinheiro que corre no município, em qual nível poderia se situar os serviços prestados ao povo? Se o dinheiro seria suficiente para aquele nível 'x', porque é que o nível continua em sua pior escala, no péssimo?

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  3. ***A síndrome do cachorro vira-latas e o capelista.

    Faz algum tempo que li um livro de Nelson Rodrigues o qual era a reunião de todas as suas crônicas esportivas da extinguida revista Manchete. O contexto era todo sobre futebol mas o que me chamou a atenção foi a maneira com que o povo Brasileiro era descrito antigamente e a triste semelhança para os dias atuais em Antonina. Nelson narrava a seleção Brasileira como a melhor do mundo e no entanto o povo não acreditava, não apoiava e estava sempre com a pulga atrás da orelha. Naquela época, dizia ser triste, mas a seleção precisava jogar longe de casa para poder arrancar aplausos, porque o povo mesmo, não acreditava. Era a síndrome do cachorro vira-latas. Aquele povo que aconteça o que acontecer, está sempre com o rabo entre as pernas, achando que algo vai dar errado.

    A situação me foi lembrada na sexta-feira passada, Neutinho em Antonina, quando o surpreendente anúncio de que o Carnaval/2010 vai acontecer, sim, e será um do melhores carnavais, como nos confidenciou o prefeito em uma roda de amigos no Restaurante Container. Não me espantei com o bando de críticas que li no seu blog e sim com o fundamento das mesmas. Antonina é violenta, Antonina ta caída, Antonina ta suja, Antonina ta largada. Ótimo, agora quero que me contem uma novidade! Quem não sabe disso ou quem é o fanático apaixonado por Antonina que irá discordar? Fato é fato. Me espanta esse sentimento de derrotismo das pessoas, algo do tipo “To na merda e vou sempre ficar na merda”. É exatamente esse tipo de pensamento, inconsciente ou não, que é pregado numa opinião dessas. Que a cidade é carente em vários aspectos é verdade, agora, achar que vai ser o resto da vida da mesma forma, é muito derrotismo. O continente mais carente do planeta estará sediando a próxima copa (não achei nada melhor do que o gerundismo), Pequim sediou as ultimas olimpíadas com excelência. Onde está escrito que não podemos nos superar? Onde está escrito que não podemos fazer melhor? Onde está escrito que seremos derrotados por toda a vida?

    OK OK, há inúmeros argumentos válidos da parte de quem criticou. Acontece que você não tem uma escolha: -Olha, investiremos milhões com educação ou milhões com o saneamento ambiental e com o Carnaval. Não é assim. Ou investiremos milhões em políticas publicas, ou continuaremos no marasmo de ver algo tentar ser melhorado. Há também quem argumente que muita gente vai mamar nessa teta. Concordo, e eu também pretendo mamar num dos inúmeros empregos que serão criados. Onde está no manual que os políticos de Madrid, de Chicago ou da puta que pariu são honestos e não se aproveitarão?

    Argumentos válidos todos tem, argumentos bons eu juro que aceito, agora, esse sentimento de derrotismo me faz gerar mais pena do capelista. Temos que deixar esse espírito vira-latas de lado, esquecer um pouco mato/lixo/sujeira/trapiche/mirante da pedra e mostrar pro mundo que Antonina também pode apresentar algo que não seja imundície, se não agora, quem sabe num futuro próximo.

    Pra quê correr atrás de um salário melhor, não é mesmo? Você já tem o seu, e cá entre nós, seu chefe já é formado e muito superior a você. É melhor ficar mesmo onde está. Essa é a verdade que propagam os que massificam a síndrome de vira-latas do antoninense, essa é a pior raça dos vira-latas, os bem aposentados do serviço público estadual e federal, não generalizando, ganham fortunas por mês e, porra nenhuma fizeram pelo seu povo.


    ***Esse complexo de virra-latas falava basicamente da forma inferior como nos sentíamos em relação as demais nações dos países desenvolvidos e escondia as nossas virtudes por de baixo de uma pretensa inferioridade!

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  4. Um carro, mesmo em ponto morto, continua andando... É a força da inércia. Não tem geito de um prefeito, por pior que seja, não fazer nada.. Alguma coisa sempre faz, pois mesmo que entre na pefeitura pra dormir, há todo um corpo de servidores administrativos que não imitarão inteiramente o exemplo do burgomestre e farão alguma coisa...

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  5. Será que o comentário acima de alguma forma "explica" a inexplicável preferência do nosso alcaide pelo secretário de obras?

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  6. Sindrome do cachorro vira-latas:-

    Na época de Luiz XIV, foi inaugurado o palacio até hoje mais famoso da França. O palacio de Versailles.
    Senhor Sindrômico, o Senhor saberia dizer quantos banheiros aquele imenso palácio tinha? NENHUM !!! Porque, naquele tempo, colocavam-se jóias caríssimas, veludos, perucas e ouropéis por cima de sujeiras e imundicíes indescritíveis, de meses e mais meses sem nenhum banho, nem pra limpar o r#%$@%bo, que não tinha papel higiênico. Só se usava cadeira com assento furado com penico embaixo. Não tinha nenhum asseio bucal e todo mundo, com raríssimas exceções, aos dezesseis anos já tinha os dentes podres e boca fétida. Lindo quadro, não?
    Senhor sindrômico, naquele tempo, eles não tinham síndrome de cachorro-vira lata, pois o asseio pessoal era pior do que o dos próprios cachorros vira latas.
    Senhor Sindrômico. É isso que o Senhor, com palavras capciosas está querendo por nos convidar.
    Buscar belezas e novos êmulos , tudo isso sentado e atolado na imundicie.
    Na referência ao castelo, pelo menos tinha a opulência da riqueza. Aqui não tem nada. Nem limpeza, e nem estética urbanística.
    Se o Senhor está tentando se livrar dessa síndrome, não passe o problema pra nós que tomamos banho todo dia e queremos asseio e ordem não só quanto ao corpo e roupas, mas também quanto à casa em que moramos, a rua em que passamos e a cidade em que habitamos.


    A Prefeitura agradece o seu laudatório à incompetência e o seu convite para 'esquecer', fazer de conta que nada está troncho. Agradece mais ainda por haver encontrado alguém que é capaz de sofisma tal, a ponto de transformar as desgraças da cidade em um problema "psicológico" de seus moradores....

    Aqui vai o meu veemente protesto: GOSTO E AMO A LIMPEZA e as coisas bem tratadas. LIMPEZA, PRÉDIOS BEM PINTADOS E FLORES SÃO A ASSINATURA DO PRIMEIRO MUNDO!!!! Isso existe aqui pertinho, em CURITIBA !!! Senhor Sindrômico, se o Senhor nunca foi a outros países, ou mais modestamente, a outros estados, (Santa Catarina, por exemplo) pelo menos veja fotografias de outros lugares e compare:- A CIDADE ESTÁ NOJENTA. Venha o Senhor convencer os turistas da sua preleção, que turismo da imundicie e do descabalabro, nem na favela da Rocinha, como já andaram dizendo aqui.

    Senhor sindrômico, são pessoas como o Senhor que a cidade precisa pra ficar onde está, pois quem quer mudar alguma coisa e DIZ e FALA e EXIGE é cachorro-vira lata.

    (Por acaso, o Senhor não seria do time 'do lado de lá, não?) - Lá vai um conselho:- O Senhor podia fundar a ASSOCIAÇÃO DOS AMIGOS DO ABANDONO DE ANTONINA... AAAA - e convidar um monte de gente, principalmente os agradecidos com o seu 'alentador' elogio à incompetência e à preguiça que grassa na administração de nossa cidade.

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  7. Tem um palhaço aí xingando quem trabalhô a vida intera, só porque é aposentado. Esse vagabundo precisava ter pegado no pesado com os doze ano, i pará com sessenta e dois, como eu e otros qui eu conheço...

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  8. Pegou o comentário, os cachorros vira-latas começaram a se coçar.

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  9. Vou ver se eu entendi,a síndrome de vira-latas. Pode ser o bebum que chega bêbado no trabalho e para justificar a sua irresponsabilidade, destruir para o seu chefe a esposa, a chamado de "jararaca"; que só faz cobrança; que quer tudo do bom e do melhor....Quando chega bêbado em casa, usa das mesmas justificativas, agora contra o chefe, e os três se completam na doença, ou os três estão dependentes do álcool. Um beberâo e dois sóbrios.E nenhum deles tenta reverter essa realidade é mais cômodo estar doente do que lutar contra ela. Matei a charada do anônimo 22:45 a cidade de Antonina está doente.

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