Quando o Sr. Abib, entregou a chave da Assembléia Legislativa do Paraná, ao seu presidente o deputado Nelson de Plácido e Silva Justos, junto com a sua carta de afastamento do cargo de Diretor Geral, também entregou este poema, que foi dedicado aos 54 deputados da casa do presente e de muitos do passado, será alguma mensagem cifrada ou subliminar.
JOSÉ
Carlos Drummond de Andrade
E agora, José?
A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou,
e agora, José ? E agora, você ?
Você que é sem nome, que zomba dos outros, você que faz versos,
que ama protesta, e agora, José ?
Está sem mulher, está sem discurso, está sem carinho,
já não pode beber, já não pode fumar, cuspir já não pode,
a noite esfriou, o dia não veio, o bonde não veio,
o riso não veio, não veio a utopia e tudo acabou e tudo fugiu
e tudo mofou, e agora, José ?
E agora, José ?
Sua doce palavra, seu instante de febre, sua gula e jejum,
sua biblioteca, sua lavra de ouro, seu terno de vidro,
sua incoerência, seu ódio – e agora ?
Com a chave na mão quer abrir a porta, não existe porta;
quer morrer no mar, mas o mar secou; quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora ?
Se você gritasse, se você gemesse, se você tocasse
a valsa vienense, se você dormisse, se você cansasse,
se você morresse…
Mas você não morre, você é duro, José !
Sozinho no escuro qual bicho-do-mato, sem teogonia,
sem parede nua para se encostar, sem cavalo preto
que fuja a galope, você marcha, José !
José, pra onde ?
(Fonte: Blog do Fabio Campana)
Copiei DAQUI
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NOTA.:
Temos vários José no Reino... será que um entenderá esta mensagem subliminar???
E agora José???
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