segunda-feira, setembro 12

Águas de março sem fim...

O pescador Carlos Alberto Novaes e os destroços:
fuga às pressas com a filha e “abrigo permanente” numa cooperativa de Antonina

Litoral

Águas de março sem fim

Desabrigados de Antonina e Morretes permanecem à espera de moradia. Situação deve perdurar por mais sete meses Antonina e Morretes
Publicado em 11/09/2011 | Cíntia Junges, especial para a Gazeta do Povo

Seis meses depois das chuvas e desmoronamentos que devastaram o litoral paranaense em março deste ano, famílias inteiras ainda vivem em abrigos ou em casas subsidiadas pela prefeitura, em Antonina e Morretes. Essa situação deve durar, no mínimo, mais sete meses, já que parte das casas ainda não começaram a ser construídas nos dois municípios.

Em Antonina, 88 famílias estão sem moradia, vivendo em casas de parentes, alugadas ou em abrigos. A dona de casa Jurema de Oliveira, 55 anos, o marido e mais três irmãos diagnosticados com problemas mentais dividem, há cinco meses, uma sala de um abrigo cedido pela Prefeitura de Antonina. “Não posso voltar para a minha casa e não temos para onde ir”, afirma. A casa de Jurema, no bairro Caixa d’Água, não foi atingida, mas a família não pode retornar ao local, considerado de risco.

Das cidades atingidas pelo aguaceiro no litoral, Antonina foi a mais afetada. Além de ruas e casas alagadas, o bairro Laranjeiras foi inteiramente destruído pela enxurrada de árvores e lama que desceu dos morros.

Os cerca de 90 moradores do local tiveram de deixar as casas às pressas e não puderam salvar nada. O pescador Carlos Alberto Novaes, 40, conseguiu sair de casa com a filha Daiane, de 8 anos, antes que os deslizamentos destruíssem tudo. Depois de 20 dias abrigados numa igreja, Novaes e a filha foram encaminhados para a Cooperativa dos Pescadores de Antonina, junto com mais sete pessoas da família, e lá estão até hoje. “O fim do ano se aproxima e não estamos contentes com esta situação provisória”, desabafa.

Prioridade

De acordo com o prefeito de Antonina, Carlos Augusto Machado, um terreno doado pela prefeitura está sendo preparado para receber as casas que vão atender os desabrigados. Neste primeiro momento, no entanto, os recursos disponibilizados só permitirão a construção de 53 das 88 moradias previstas. Segundo Machado, os projetos de reconstrução vão contar este ano com 60% dos R$ 9,3 milhões prometidos pelo governo.

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NOTA.:

O que o BcF não consegue entender... é a respeito de uma placa que liga a estrada da Graciosa a Antonina, especificamente no Km 7 da cidade Capelista... há uma placa com a seguinte frase:

"FIM DAS OBRAS"

Que obras?

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Ainda sobre aquele trecho...

Fonte: Gazeta do Povo

Estrada avariada
Padre pensa em mobilizar protesto

Para o padre Marcos José de Albuquerque, da Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar, em Antonina, a cidade não estava preparada para um acontecimento com as proporções das chuvas de março deste ano. Segundo ele, o envolvimento dos moradores foi fundamental para a recuperação da cidade, mas cabe também ao poder público fazer a sua parte para que Antonina volte a ser como era antes da tragédia. 

O padre conta que a principal reclamação de turistas e moradores é um ponto na estrada que liga Morretes a Antonina, e que já causou vários acidentes. O trecho, que fica a cerca de 7 quilômetros do centro de Antonina, foi danificado por deslizamentos que invadiram a pista e destruíram parte do asfalto. O trânsito no local funciona em meia pista e o risco de acidentes é grande, devido ao fluxo constante de veículos e à falta de sinalização. 

Para o religioso, a estrada funciona como um cartão de visitas para a cidade de Antonina, já que aproximadamente 20% da população vive do turismo. “Os turistas que encontram a estrada danificada podem pensar que a cidade ainda está destruída”. O pároco diz que já pensa em mobilizar os moradores para fazer uma manifestação na BR-277, no ponto que dá acesso a Morretes e Antonina, caso a estrada não seja consertada em breve.

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