“Mensalão é marca indissociável do PT”, afirma Sérgio Guerra
Brasília – O presidente nacional do PSDB, deputado federal Sérgio Guerra (PE), em entrevista coletiva nesta quarta-feira (17), disse que as eleições transcorreram em um cenário de excessiva pluralidade partidária e que, por isso, não é correto decretar que uma sigla em especial foi a vencedora. “Ninguém pode se declarar hegemônico”, afirmou. Guerra também afirmou que a relação entre o PT e o mensalão se tornou indissociável.
O parlamentar ressaltou que essa análise sobre as eleições se estende também ao próprio PT e às siglas da base aliada da presidente Dilma Rousseff. Segundo ele, diversas regiões sinalizam, desde 2010, já não terem mais no PT e no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva uma referência política incontestável.
“Lula tem o vício de pensar que é o dono do povo. Mas o PT não tem a ‘reserva de mercado’ da população. É um partido que perdeu a sintonia com a opinião pública. Não adianta mais ao Lula dar conselhos ao povo. Se fizer isso, não será ouvido”, frisou.
Sobre o julgamento dos acusados pelo mensalão, o deputado disse que o partido não tratou a exploração do caso como uma “prioridade”, nem trouxe o tema para o centro das disputas eleitorais – assim como não se preocupa em quantificar o quanto o episódio influenciou no pleito de 2012.
“O que nós sempre defendemos foi a realização de um julgamento que acontece agora e tem condenado pessoas de destaque no PT. Agora não é o PSDB que coloca sobre os petistas a marca do mensalão. É a Justiça. O mensalão, sem dúvida, se tornou uma marca indissociável do PT”, comparou.
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QUEM É SÉRGIO GUERRA???
PSDB e DEM acusados de participar de esquema de corrupção no DF
Às vésperas do segundo turno das eleições, denúncia de corrupção relacionada com a coleta de lixo no Distrito Federal envolve o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE) e o senador reeleito Agripino Maia (DEM-RN), além dos ex-governadores Joaquim Roriz (PSC) e José Roberto Arruda (ex-DEM). A denúncia feita pela secretária da empresa de coleta de lixo Qualix, contratada sem licitação, ganhou do manchete do Jornal de Brasília e duas páginas de reportagem.Além das lideranças políticas, as denúncias atingem também o presidente do PSC-DF, Valério Neves, acusado de, junto com os demais, receber dinheiro da empresa Qualix, até hoje mantida na coleta de lixo do DF sem licitação.
Quem fez a denúncia, em audiência na Polícia Civil, foi Domingas Gonçalves Trindade, que trabalhou como secretária da Qualix. Ela diz que houve distribuição de propina para essas personalidades políticas, como retribuição pela manutenção da empresa na coleta de lixo do DF.
O caso, ainda cercado de mistério, envolve o último governo de Joaquim Roriz (2002-2006) e o governo de José Roberto Arruda (2007-2010). No governo Arruda, haveria comprometimento do Ministério Público do DF, que daria cobertura para que a coleta de lixo permanecesse nas mãos de empresas que não passavam por licitação.
Depoimento na Polícia
A reportagem publicada pelo Jornal de Brasília conta que a ex-secretária Domingas Gonçalves Trindade, 40 anos, foi ouvida, nesta quinta-feira (28) na Divisão de Repressão aos Crimes Contra a Administração Pública (Decap), da Polícia Civil do Distrito Federal.
Ela acusa, além de Sérgio Guerra, Agripino Maia, Roriz, Arruda e Valério Neves; o empresário Eduardo Badra e o ex-diretor da Belacap (estatal responsável pelo serviço de ajardinamento e limpeza urbana do DF), Luís Flores de se beneficiarem de um esquema de desvio de dinheiro envolvendo a Qualix. O depoimento foi acompanhado da apresentação de uma série de provas documentais.
Ela apresentou aos delegados extratos telefônicos que confirmam contatos constantes entre os envolvidos. Domingas ainda apresentou lacres bancários emitidos pelo Banco Central que tinham a marcação de R$50 mil cada – são seis, num total de R$300 mil.
A ex-secretária fazia o serviço a mando de seu chefe, Eduardo Badra – que, à época, era diretor da Qualix. Domingas tinha como função organizar a agenda do patrão, além de fazer depósitos bancários e o que chamou de "serviços particulares".
"Depois de dois, três meses, o doutor Eduardo passou a confiar em mim e fiquei responsável pela chave de um quarto, em uma casa no Lago Sul, onde guardavam o dinheiro. Era tanto dinheiro que ocupava uma cama de casal inteira. Eu cheguei a pegar um dos maços e pensar que ele seria capaz de resolver a minha vida", contou, em certo trecho do vídeo que o Jornal de Brasília publicou.
Fonte: Jornal de Brasília
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